Boca Juniors de Bianchi: a reconstrução de um gigante

Um time gigante que estava adormecido e vendo seus rivais com prestígio e conquistas. Nessa semana a coluna Tática dos Campeões traz um dos times mais vitoriosos e históricos do futebol. Assim, o contexto em que o Boca Juniors estava inserido não era simples, com a ascensão do River, consolidação do Independiente, o clube necessitava vencer. E essa trajetória começa a mudar quando Carlos Bianchi, um grande jogador argentino das décadas de 60 e 70 que se tornou treinador, chegou ao Boca. Com boa passagem pelo Vélez, Bianchi iniciou seu trabalho no clube Azul y Oro em 1998 e logo veio o seu primeiro título. Nesse sentido, a conquista invicta do Apertura de 1998 marcou o início de um trabalho promissor e um belo cartão de visita.

Desde então, o trabalho de Bianchi foi tomando forma e melhorando cada vez mais. Além das conquistas em território argentino, a torcida xeneize queria alcançar novamente a Libertadores. Desse modo, o time foi se superando e com uma final emocionante contra o Palmeiras, o Boca conquistava em 2000, após 22 anos de espera, o título mais importante do continente. Além disso, conquistaria o mundial no mesmo ano e outra Libertadores no ano seguinte. Porém, no ano de 2002, Bianchi deixou o clube após desavenças com a diretoria. Contudo, o lendário treinador voltaria e conquistaria, em 2003, mais uma Libertadores e um mundial, estabelecendo de vez seu nome na história do Boca Juniors.

Boca Juniors de Bianchi: a reconstrução de um gigante

Time base: Córdoba (Abbondanzieri); Ibarra, Bermúdez (Burdisso), Samuel (Schiavi), Arruabarrena (Clemente Rodríguez/Mattelán); Cagna (Battaglia), Serna (Cascini), Basualdo (Traverso); Riquelme (Donnet); Guillermo Schelotto (Carlos Tévez) e Palermo (Delgado/Iarley). Técnico: Carlos Bianchi.

GOLEIRO HISTÓRICO E DEFESA FORTÍSSIMA

Dessa maneira, grandes times começam com um grande goleiro. Logo, esse era o caso de Óscar Córdoba, goleiro colombiano que fez história com a camisa do clube de La Bombonera. Sendo assim, Córdoba se firmou na posição e foi grande destaque devido ao fato de ter sido um grande pegador de pênaltis. Nesse caso, o arqueiro ficou em destaque nas finais da Libertadores de 2000 e 2001, pegando penalidades máximas contra Palmeiras e Cruz Azul. Ainda foi relevante no título do mundial em 2000.

Boca Juniors de Bianchi: a reconstrução de um gigante

Isto posto, o sistema defensivo foi um dos grandes trunfos do comando técnico. Além do goleiro, o Boca contava com zagueiros firmes nas divididas e tecnicamente bons para executar a saída de bola. Normalmente, atuava com uma linha formada por quatro defensores e laterais que tinham qualidade na marcação e poderiam chegar ao ataque para apoiar. Por isso, a equipe Azul y Oro teve quase sempre as melhores defesas nas campanhas vitoriosas. Além de jogadores que sobressaíram nesse período como Samuel, Burdisso, Battaglia e vários outros.

UM ATAQUE TALENTOSO E HISTÓRICO

Usualmente, a equipe dirigida por Bianchi se estruturava em um 4-3-1-2. Sendo assim, um dos volantes marcava e ocupava os espaços e os outros dois se deslocavam para apoiar o ataque e, sem a bola, ajudavam nas coberturas dos laterais. Então, a figura fundamental para a construção das jogadas era o camisa 10, esse meia-central, papel que Juan Román Riquelme, cumpriu muito bem com toda o seu talento e maestria.

Boca Juniors de Bianchi: a reconstrução de um gigante

Além de Riquelme, o ataque precisava de jogadores com boa capacidade de finalização. Nessas situações, Guillermo Schelotto tinha técnica refinada e qualidade para fazer gols. Dessa forma, o ataque estaria completo com aquele centroavante artilheiro, e ele se chamava Martín Palermo, um dos grandes nomes da história do Boca Juniors. Um atacante com presença de área e que sabia encontrar o melhor posicionamento para receber os passes e marcar gols. De fato, um ataque completo e que deu muitas alegrias a torcida xeneize.

Boca Juniors de Bianchi: a reconstrução de um gigante

UM GIGANTE REERGUIDO

Portanto, Carlos Bianchi e seus comandados fizeram história em um dos maiores times do continente, a camisa pesadíssima do Boca Juniors. Ademais, o período foi vitorioso e ainda proporcionou, mais ao fim do trabalho de Bianchi, revelar atletas promissores. Tais como o goleiro Abbondanzieri, com a dura missão de substituir o ídolo Córdoba, e Carlos Tévez, um dos grandes atacante do futebol mundial, muito querido pelos torcedores xeneizes. Então, esse período trouxe novamente a alegria aos torcedores do Boca e o incômodo de jogar em La Bombonera, pois como dizem na Argentina: “La Bombonera, pulsa!”.

E como recordar é viver, deixo abaixo um vídeo da disputa de pênaltis na final da Libertadores de 2000. No primeiro jogo da final, na Argentina, o Palmeiras foi aguerrido em busca do empate fora de casa. Isso fez com que o Boca tivesse que vencer no Morumbi para levantar a taça. No entanto, o jogo ficou empatado em 0 a 0 e a disputa foi para as penalidades máximas. A equipe Azul y Oro converteu todas as cobranças e Córdoba garantiu o título com duas defesas em cobranças do alviverde. Confira!

https://www.youtube.com/watch?v=BnXcA8xPfv8

Foto Destaque: Reprodução / Portal Lance!

Daniel Mendes

Daniel Mendes

Desde criança me encantei com o futebol e mais tarde com esporte, de modo geral. Então, vi que no Jornalismo poderia ficar muito próximo de coberturas do esporte, o futebol, por exemplo. Além disso, eu me considero bastante comunicativo e as pessoas dizem que eu falo até demais. Assim, a ideia de cursar Jornalismo ficou martelando na minha cabeça e desde 2019 tenho a cada dia realizado esse sonho.