Acionista majoritário da SAF do Atlético-MG ao lado do pai, Rafael Menin comentou sobre o elenco do clube, que ele elogiou e disse que só precisa de alguns ajustes para o próximo ano. Sobre o desempenho em campo, lamentou a ruptura de trabalho no meio do caminho, mas viu sorte do Galo em ter encontrado Felipão.
Em entrevista para o site No Ataque, Rafael Menin comentou a saída de Eduardo Coudet, que teve vários atritos com a diretoria, incluindo os 4Rs, grupo no qual ele faz parte, que agora comprou o Atlético, mas já comandava o clube antes. O empresário lamentou que houve uma ruptura no meio do caminho.
“Vamos lembrar que, no começo do ano, a gente fez um contrato de dois anos com o Coudet. Isso já sinalizava esse olhar de estabilidade técnica. O elenco foi montado, inclusive, com a participação do Coudet. Os jogadores que ele pediu, todos chegaram”, disse Rafael, ao destacar que o Atlético vinha em bom momento com o treinador, com exceção da eliminação na Copa do Brasil: “De repente, a gente foi surpreendido com uma ruptura de trabalho. E ruptura de trabalho nunca é fácil”, concluiu.
Para a vaga de Coudet, o Atlético conseguiu tirar o experiente Felipão da aposentadoria. O treinador havia deixado a beira do gramado no fim de 2022, após ser vice-campeão da Libertadores com o Athletico-PR, e estava no cargo de gerente de futebol. Para Menin, o Galo deu sorte com o treinador:
– Eu acho que a gente teve a sorte de ter o Felipão disponível. É um treinador muito experiente, com currículo que não precisamos nem falar do tamanho. Um ser humano incrível, experiente, uma pessoa sensacional.
Apesar dos elogios de Rafael, o desempenho do time de Felipão em campo não é bom. São apenas três vitórias em 15 jogos, sendo 33% de aproveitamento. O empresário entende que “é natural” o começo ruim, em que o Galo oscilou, mas que percebe “claramente que a cada rodada o clube vem tendo um desempenho mais estável”.
– Se não me engano, nos últimos cinco jogos no Brasileiro, o Galo perdeu só um. Poderia ter vencido o Grêmio, poderia ter vencido o Flamengo. Foi melhor. Poderia estar em uma posição na tabela melhor do que a gente está. Mas a gente está muito confortável que a gente tem um grandíssimo técnico, um vencedor. O técnico talvez com mais títulos no futebol brasileiro.
Planejamento do Atlético para 2024
Já em entrevista para a Rádio Itatiaia, Rafael Menin comentou sobre o planejamento do Atlético para 2024. Para ele, o Galo só precisa de alguns ajustes no time, não é necessário uma reformulação no elenco, como alguns apontam.
– Vamos ter um balanço menos alavancado (em 2024). O que nos permitirá alguns movimentos. Acho que o caso do Atlético é um ajuste, não tem que se fazer reformulação. Não é esse o objetivo da diretoria de futebol, e sim evolução contínua ano após ano. Posso adiantar que temos um elenco qualificado e competitivo, ainda que não tenhamos um ano brilhante. Sabemos que movimentos serão feitos para 2024.
Implementação da SAF
Rafael Menin é um dos compradores da SAF do Atlético, assim como o pai, Rubens Menin, formando assim a parte majoritária do clube-empresa, o também empresários Ricardo Guimarães, e outros dois fundos de investimento. A SAF atleticana foi colocada como a última e única solução para o clube. Apesar de aprovada no conselho, ela ainda não está ativa.
– Semana passada a gente concluiu o registro dos documentos que irão reger a constituição da SAF. O próximo passo é passar pelo CADE. Depois da aprovação, podemos assinar a documentação definitiva, e aí sim a SAF estará operacional – explicou Rafael.
A SAF do Atlético vai aportar cerca de R$ 600 milhões e abraçar toda a dívida da associação, que está na casa de R$ 1.8 bilhão. Com o clube-empresa, o torcedor atleticano espera altos investimentos, mas os empresários já garantiram que não será assim no clube. A ideia inicial é quitar todas as dívidas até 2027 e aí sim poder passar a investir mais. Enquanto isso, o clube seguirá com investimentos nos padrões vistos em 2022 e 2023, inclusive terá um teto de gastos baseado no faturamento.
SAF do Atlético quer ter um teto e um piso na folha salarial. Nada definido ainda, mas deve representar 30/40% do faturamento.
Exemplo
Se faturar R$ 600 milhões, vai ter entre 180 e 240 milhões de folha salarial.Folha atual é de cerca de R$ 250 milhões, representando 65%. pic.twitter.com/ohRd2phi3K
— Alecsander Heinrick (@alecshms) July 13, 2023