A inoperância da Chapecoense na Série A

Campeã da Série B em 2020, a Chapecoense parece ter subido a passeio. Após 16 partidas disputadas, já são 5 empates e 11 derrotas. Por outro lado, o técnico Pintado caiu nas graças do elenco. Contratado para substituir Jair Ventura e encerrar a sequência negativa, ele é o último suspiro da Chape. A esperança de salvar quem está com a corda no pescoço, esperando o desfecho dramático. Além disso, a equipe catarinense também atravessa turbulências na questão administrativa. Afinal, é possível sair desse atoleiro e cavar uma vaga na Série A de 2022?

A troca no comando técnico da Chape

Compreensível. Deram sequência a Jair Ventura e o trabalho não fluiu. Apesar da escassez de peças mais cascudas, não devemos culpar apenas a montagem do elenco da Chapecoense. Os recursos são modestos mesmo. Retornou para a elite até rapidamente. Todavia, ainda não reúne as condições necessárias para se manter nesse seleto grupo de 20 clubes. Ademais, Pintado chega com a missão de executar um verdadeiro milagre em Chapecó. Dificilmente ele irá impedir o descenso, mas pode dar a Chape um horizonte de alternativas para a próxima temporada.

Reformulação no departamento de futebol

As mudanças na Chapecoense também atingiram a gestão do clube. O então vice-presidente de futebol, Mano Dal Piva, renunciou ao cargo. O agravante é que esse pedido partiu de Gilson Sbeghen, o mandatário do Verdão do Oeste. O choque de comando na gestão do clube escancarou a natureza da crise. Além disso, o coordenador técnico André Martins foi desligado da equipe. Nesse sentido, espera-se mais modificações nos quadros da Chape. Apesar desse movimento de reciclagem, o presidente nega que haja uma caça às bruxas no time catarinense.

A questão defensiva na Chapecoense

O título desse texto não poderia ser mais adequado. Hoje, a Chapecoense é inoperante. Não consegue se defender com propriedade: uma característica vital na identidade histórica do clube. A princípio, Pintado chegou com um discurso parecido com o que Felipão usou no Grêmio. A ideia é descer as linhas, fechar a casinha e organizar a equipe através da consistência defensiva. Desse modo, acredito que veremos um time mais sólido com o passar do tempo. Para o técnico, o primeiro ponto do seu trabalho passa pela reabilitação lá atrás.

Foto destaque: Divulgação / Torcedores

André Filipe

André Filipe

Apaixonado pela dimensão histórica do futebol e pela ciência da bola. Gremista desde a Batalha dos Aflitos para o que der e vier. Sinto na escrita o calor latente das minhas paixões profissionais. Historiador, jornalista esportivo e jogador de pôquer nas horas vagas.