Assistindo à partida do último fim de semana, não reconheci mais a camisa do dantes inexorável Independiente. Tema central de nosso vezo nesta coluna, tive a audácia de recordar que, etimologicamente, alma e ânimo têm a mesma procedência. Ou seja, é preciso recorrer aos dicionários de etimologia para compreender o porquê de um clube tão gigante estar vivenciando um momento tão árduo em sua história. Os jogadores são esforçados. Mas, de certa maneira, falta a alma que noutros tempos não cessava de resplandecer.
O clássico contra o Racing
No último sábado (19), perante a sua inexpugnável torcida, o maior campeão da Libertadores teve mais um resultado ruim. 2 x 1! Desta vez, no prélio contra o Racing. Não conhecendo o transitar da vitória desde fevereiro (15), naquele então vencendo o Arsenal de Sarandí, o Independiente acumula duas derrotas, quatro empates. Assim, apenas essa vitória no Campeonato Argentino.
Liderado por Eduardo Domínguez, a equipe, conquanto com menos posse de bola para com o Racing, finalizou 18 vezes. Sendo seis delas em direção ao alvo. Nesse jogo, ficou ululante o repertório exíguo de seu comandante, que mais das vezes tão-somente tem como artifício os chutes de longa distância, como no gol de Lucas Gonzáles, aos 56 minutos.
Ademais, em vista do primeiro gol sofrido contra o Racing, far-se-á mais do que essencial para seu comandante organizar melhor seus conceitos. Quando optou por um desprezível 4-2-3-1, demasiado pouco articulado, permitiu que o atacante Chancalay arrancasse com a pelota boa parte do campo. Até que no rebote a bola sobrasse para Hauche marcar. O que esperar do time? Um Independiente sem alma.
Próximo compromisso
No próximo sábado (26), marcando sua estreia pela Copa Argentina, o Independiente enfrenta o tímido Club Atlético Central Norte, às 19:30, horário de Brasília. Na busca veemente de experimentar, depois de mais de um mês, o caminho da vitória, essa é uma chance mais do que verossímil de Domínguez e sua cúpula conquistarem o êxito. E amenizarem também um pouco a pressão derivada da torcida.
Malgrado o duelo ter elevada importância, nos bastidores há um blá-blá-blá acerca da possibilidade de Juanito Cazares, atualmente no Metalist da Ucrânia, reforçar o grupo. Apesar de ser um bom jogador, os dirigentes estão um pouco divididos. Haja vista sua fama fora de campo desde os períodos em que jogou no Atlético Mineiro e no Fluminense.
De mais a mais, embora imerso na crise, o Independiente está com olhos circunspectos para o sorteio da Copa Sul-Americana. A saber, que realizar-se-á nesta próxima quinta (24). Os torcedores esperam que a sorte ao menos esteja com as cores do clube. Já que o Independiente está sem alma e não é de hoje.
Foto destaque: Divulgação / Club Atlético Independiente
