Torcida do Sport pede estátua de Jair Ventura na Ilha do Retiro

A bem da verdade, o ano de 2020 não foi bom para a torcida do Sport. Apesar de ter retornado à Série A, um ano após a queda, o Leão seguiu afundado em uma crise financeira sem precedentes e com um orçamento modesto para a temporada. Logo, entrou na competição como um dos fortes candidatos a um novo rebaixamento, perspectiva piorada após um “primeiro semestre” de vexames históricos no Campeonato Pernambucano e Copa do Brasil. No entanto, após a chegada de Jair Ventura, tanto o clube como o treinador ressurgiram para o futebol.

Assim, faltando duas rodadas para o fim da Série A, o Sport pode garantir permanência até mesmo sem entrar em campo, caso o Bahia não vença o Fortaleza. Logo, uma realidade pouco imaginada meses atrás e que motivaram pedidos por uma estátua do treinador na Ilha do Retiro. No entanto, Jair Ventura prefere dar o título de salvador da pátria aos jogadores:

A gente sabe que isso é brincadeira. Tem muita coisa ainda para construir no Sport, são apenas seis meses de trabalho. Fico feliz pelo carinho da torcida, mas os grandes responsáveis pelo nosso momento são os meus atletas. Sem eles, a gente não conseguiria chegar nas duas últimas rodadas vivos. O grande salvador são os nossos jogadores. Me abraçaram e estão fazendo um campeonato maravilhoso dentro de tantas dificuldades que tivemos.“, afirmou Jair Ventura.

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SPORT DE JAIR VENTURA

Dessa forma, com um futebol reativo de forte marcação e de exploração dos contra-ataques, Jair Ventura levou o Sport a 14ª posição com 42 pontos. Assim, com a conquista iminente de permanecer na Série A, o Leão precisa manter o posto para também alcançar uma vaga na Copa Sul-Americana. No entanto, para o treinador, bastaria a manutenção na elite para significar o quão relevante foi a campanha até então diante de todas as dificuldades na temporada:

A gente está aí a apenas um ponto. Que a gente possa conquista-lo e conseguir esse grande trabalho que vai ser a permanência na Série A. Não pelo tamanho do Sport, mas sim pelas dificuldades que enfrentou financeiramente, por todas as perdas, tudo que aconteceu.“, pontuou o treinador.

Isso porque, desde a sua chegada, o Sport perdeu sete jogadores, sejam eles por lesões ou saídas. Assim, no primeiro caso, Jair Ventura teve a baixa do atacante uruguaio Leandro Barcia, que rompeu o ligamento do joelho. Já em relação aos demais, destaque para as saídas dos meias argentinos Lucas Mugni e Jonatan Gómez, à época peças fundamentais no esquema do treinador. Nesse contexto, teve que se reinventar e passou a optar pelo lateral-direito Patric atuando na ponta e vem apostando no prata da casa Ewerthon na frente.

Não fico chateado com as pessoas que falaram “o Sport vai ser o primeiro”, “a gente vai ter que provar”. Pelo contrário. A gente tem que fazer o nosso melhor aqui. Estudei o elenco antes de vir, lógico que eu era sabedor que o Sport tem a menor folha do Brasileiro 2020/21, mas eu estudei e vi qualidade. Por isso aceitei. Esse trabalho foi ficando um pouco mais dificultado com as perdas que a gente teve durante a competição. Nesse meu estudo, não estava com tantas perdas, mas a gente foi se reinventando. Estamos nos reinventando.“, finalizou.

Foto Destaque: Reprodução / Anderson Stevens / Sport Club do Recife

Ricardo do Amaral

Ricardo do Amaral

"Alvíssaras! Sou Ricardo Accioly Filho, pernambucano de 29 anos, advogado e estudante de jornalismo pela Uninassau. Tenho como mote que “no futebol, nunca serão apenas 11 contra 11”; é arte, é espetáculo, humanismo, tem poder de mover multidões e permitir ascensões sociais. Como paixão nacional do brasileiro, o futebol me acompanha desde cedo, entretanto como nunca tive habilidade para praticá-lo, busquei associar duas vertentes de minha vida: o prazer pela leitura e o esporte bretão. Foi nesse diapasão que encontrei no jornalismo esportivo o elo de ligação que me leva a difundir e informar o que, nas palavras de Steven Spielberg, é o “mais belo espetáculo de imagens que já vi”."