Top 5 Ídolos do futebol: Sport

O Sport, campeão brasileiro de 87 e da Copa do Brasil de 2008, é um dos grandes clubes da região Nordeste do Brasil. O Futebol na Veia reuniu os cinco ídolos do clube pernambucano. Naturalmente, como toda lista, é refém da memória afetiva de quem escreve e de injustiças históricas. Assim, outros grandes jogadores ficaram de fora, mas estão, igualmente, presentes no imaginário do torcedor. São os casos de Nildo, Carlinhos Bala, Romerito, Ademir Menezes, Traçaia, Marco Antônio, dentre outros.

Mas o que faz um ídolo se não um somatório de lances grandiosos, gols memoráveis, atitudes de paixão e títulos, muitos títulos? Na caminhada de todo clube, do pequeno ao grande, personalidades marcam sua história e são eternizadas em camisas, vídeos, bandeiras e na pele. No entanto, talvez, os locais mais importantes sejam na mente e no coração de quem presenciou suas jogadas mágicas.

5 – DIEGO SOUZA

Voltando ao questionamento inicial: o que torna um jogador um ídolo? À primeira vista, você poderia responder, títulos. A bem da verdade, conquistas são muito importantes para sedimentar o nome entre os maiores. No entanto, ídolo se faz presente também na atitude em campo e fora dela, nos números de desempenho, nas palavras ditas e nas demonstrações de paixão realizadas. Assim, Diego Souza congregou todas as características em suas duas passagens pelo Sport entre 2014 e 2017.

Isso porque não é todo jogador que desembarca para atuar pela primeira vez em um clube e já ostenta uma camisa alusiva ao maior título nas costas. Além disso, que ganha o apelido de Embaixador de 87 por qualquer coisa. Em quatro temporadas, Diego Souza marcou 57 gols e deu 33 assistências, em 173 jogos, embora tenha conquistado apenas o Campeonato Pernambucano, em 2017. Além disso, com 14 gols, dividiu a artilharia do Brasileirão, em 2016, com Fred, então no Atlético-MG, e William Pottker, à época na Ponte Preta,

Apesar disso, um fato marcou os torcedores rubro-negros. Pois, no Brasileirão de 2015, contra o Flamengo, no Maracanã, após marcar um gol de pênalti, Diego Souza comemorou apontando para o 87 nas costas em provocação alusiva ao título nacional daquele ano. Assim, o craque ainda terminaria o jogo como goleiro, substituindo Magrão nas traves e evitando uma derrota.

Além de outras várias demonstrações de amor ao clube, foi no Sport que voltou à Seleção Brasileira e se tornou um dos poucos a fazer gol pela Canarinha atuando no Leão.

4 – ROBERTO CORAÇÃO DE LEÃO

Um dos grandes jogadores da história do Sport carrega o mascote no nome: Roberto Coração de Leão. Assim, formado na base do Rubro-Negro, em três passagens, a mais vitoriosa foi no começo dos anos 80, entre 1979 e 1982, participando do tricampeonato pernambucano. Assim, seu desempenho de gols e títulos o tornou um dos centroavantes mais emblemáticos do Rubro-Negro.

Inclusive, desempenho esse que lhe garantiu presença na Seleção Brasileira de Telê Santana, em dois jogos, em 1981. À época, como ainda é hoje em dia, poucos são os jogadores que conseguem chegar ao selecionado atuando por um clube do nordeste brasileiro. Além dele, apenas Traçaia e Diego Souza marcaram gols pela Canarinha como jogadores do Sport.

Enquanto o apelido Coração de Leão traduz muito da paixão do ex-jogador pelo clube pernambucano. Isso porque, na época em que atuou pelo Sport havia outro Roberto e para não confundir, o atacante adotou a alcunha.

A idolatria mútua entre jogador e torcida é uma das grandes histórias de reciprocidade no mundo da bola. Até recentemente, Roberto Coração de Leão treinava as equipes de base leoninas, mas em reformulação, o clube dispensou o ídolo.

3 – MAGRÃO

Fazer uma lista de maiores de todos os tempos no Sport e não incluir Magrão seria uma das maiores injustiças já cometidas. Isso porque, além de ser o jogador que mais vestiu o manto rubro-negro com 732 jogos, ele é o maior goleiro da história do Sport Club do Recife. Além disso, é o maior vencedor, tendo conquistado, ao todo, 10 títulos entre os anos de 2005 e 2019.

Fora todas as conquistas individuais, Magrão realizou 33 defesas de pênalti, algumas evitando derrotas, outras garantindo classificações, mas em tantas rendendo títulos. A bem da verdade, o goleiro foi oito vezes campeão pernambucano, participando do histórico pentacampeonato, entre 2006 e 2010. Além disso, foi fundamental com defesas milagrosas e épicas nas conquistas da Copa do Brasil, em 2008, e da Copa do Nordeste, em 2014.

Apesar disso, Alessandro Beti Rosa se despediu do Sport de forma polêmica ao acionar o Leão na justiça por conta de salários atrasados. À época, ele experimentava um período no banco de reservas, após lesão e um retorno abaixo do que um dia já havia rendido no Rubro-Negro. Ao ter saído sem se despedir, Alessandro arranhou sua imagem, mas a de Magrão permanece intacta em quem o viu atuar com paixão e dedicação debaixo das traves.

2 – DURVAL

Outro lendário campeão da geração 2008, Durval é o maior zagueiro da história do Sport. Em nove temporadas a serviço do Leão, interrompidas por quatro anos no Santos, o jogador fez história ao levantar troféus e marcar gols, o tal do zagueiro-artilheiro era forte no Xerifão. Assim, o atleta de “sorriso fácil“, semblante sério, mas de uma qualidade gigante, tinha um timing certeiro na recuperação de bola.

Ao todo, foram oito conquistas com a camisa 4 do Sport, eternizada por sua pessoa. Entre os vários títulos estaduais, Durval foi responsável por erguer as taças da Copa do Brasil, em 2008, e da Copa do Nordeste, em 2014. Além disso, nos dois títulos, esteve diretamente envolvido com gols. Primeiro, na competição nacional, foi dele o tento de falta que classificou o Leão para as semifinais contra o Internacional, na Ilha do Retiro. Enquanto pelo Nordestão, de cabeça, assegurou a conquista no jogo da volta contra o Náutico, na Arena de Pernambuco.

Logo, em duas passagens pelo Sport, Durval marcou 33 gols e deu 22 assistências, quase todos quando ia à área em faltas e escanteios. Após se aposentar, em 2018, é normal vê-lo nas dependências da Ilha do Retiro em visitas para rever os antigos colegas de trabalho que se tornaram amigos. Além disso, em meio a crise financeira, o ex-zagueiro autorizou a suspensão do acordo de repactuação de dívida com o Leão, em mais uma demonstração de amor ao clube.

1 – LEONARDO

No entanto, talvez, aquele que melhor agregou títulos, paixão pelo clube, jogos, gols e lances memoráveis tenha sido Leonardo. Isso porque, o lendário atacante é o terceiro maior artilheiro da história do Sport com 134 gols, atrás apenas de Traçaia e Djalma, que atuaram nas décadas de 50 e 60. Além disso, é o segundo maior vencedor com nove títulos pelo Leão, perdendo apenas para Magrão.

Apesar disso, até 1997, Leonardo era considerado um bom atacante, tinha o carinho da torcida e nada mais. No entanto, a partir da segunda passagem pelo Sport, sua história mudou. Pois, se eternizou com títulos, gols e atuações memoráveis. Assim, de 1997 a 2001, o atacante foi tetra-campeão pernambucano e faturou a segunda Copa do Nordeste do Leão da Ilha, em 2000. Dessa forma, com alegria em jogar bola, dribles desconcertantes, velocidade singular e uma finalização matadora, ganhou a idolatria na Ilha do Retiro.

Além disso, é dele a maior atuação individual de um jogador do Sport na história. Assim, Leonardo foi destaque na Copa João Havelange, em 2000, contribuindo para a campanha de quartas de final do Leão. Logo, em pleno Mineirão, o craque marcaria cinco gols na goleada leonina, por 6 x 0, diante do Atlético-MG. Infelizmente, de todos os listados, o atacante é o único que nos deixou, em 2016, aos 41 anos, vítima da neurocisticercose. Partindo precocemente e deixando uma lacuna nos corações de milhões de torcedores.

Ricardo do Amaral

Ricardo do Amaral

"Alvíssaras! Sou Ricardo Accioly Filho, pernambucano de 29 anos, advogado e estudante de jornalismo pela Uninassau. Tenho como mote que “no futebol, nunca serão apenas 11 contra 11”; é arte, é espetáculo, humanismo, tem poder de mover multidões e permitir ascensões sociais. Como paixão nacional do brasileiro, o futebol me acompanha desde cedo, entretanto como nunca tive habilidade para praticá-lo, busquei associar duas vertentes de minha vida: o prazer pela leitura e o esporte bretão. Foi nesse diapasão que encontrei no jornalismo esportivo o elo de ligação que me leva a difundir e informar o que, nas palavras de Steven Spielberg, é o “mais belo espetáculo de imagens que já vi”."