O treinador Tite não se furtou de falar do momento político do país e deu fortes declarações. Antes sempre usado como escape e forma de união, o futebol para o comandante, desta vez, não terá este papel. As vésperas da Copa do Mundo, o técnico da seleção brasileira acha que o torneio não será forte para reunir o povo brasileiro, muito machucado por questões políticas nos últimos anos.
Em entrevista a Folha de São Paulo, Tite falou que a população não tem que botar o futebol acima das questões de vida atualmente. Para o treinador, o futebol não é a solução dos problemas do país e tem de ser encarado de forma educativa e cultural:
“Futebol não vai por comida na boca. O futebol e o esporte unem-se por si só. Não vejo esses outros… Essas situações paralelas, importantes, mas paralelas, mas cada um carrega suas responsabilidades. Responsabilidades sociais são suas e o futebol não pode carregar a solução do prazer, da satisfação. Ele não bota comida na boca de ninguém, nem emprego na boca de ninguém, nem educação na boca de ninguém. Ele é um agente educativo esportivo, patrimônio cultural e ele deve seguir dessa forma”.
Tite também falou sobre a escolha do torneio no Catar, país extremamente criticado por suas questões polêmicas contra os direitos sociais. O local vem sofrendo diversos protestos de jogadores e seleções que estarão na competição, com a FIFA tendo que intervir muitas vezes:
“Ela [Copa no Qatar] não me deixa na plenitude da minha satisfação. Gostaria que fosse em um país que não tivesse esses problemas? Sim, gostaria que fosse sem esses problemas”.
A Dinamarca também se manifestou de forma forte e vai jogar a Copa sem suas marcas expostas, sem mostrar patrocínios e escudo. Outros jogadores também repudiaram o torneio no local.
Foto destaque: Reprodução/CBF


