Luiz, ex-goleiro do Criciúma, relata: “não era vontade minha sair” em exclusiva

Ex-goleiro do e São Caetano, Luiz atuou por bastante tempo em ambos os clubes. Após 12 anos vestindo a camisa do Azulão, o goleiro aceitou a proposta, inicialmente de empréstimo para o Tigre, clube onde atuava até o começo deste ano.

A rescisão do contrato com o Tigre foi devido à dificuldade financeira do clube, entretanto, Luiz assume que tinha vontade de continuar defendendo as cores dos catarinenses.

“Não foi uma decisão tomada por mim. Foi uma questão do clube por questões financeiras, ele estavam com dificuldade pelo descenso pra Série C. O clube não via vantagem em que eu permanecesse, já estava com os débitos atrasados e decidimos em comum acordo encerrar esse vínculo. Não era vontade minha sair, mas infelizmente as coisas não são como a gente quer”, disse o goleiro.

Luiz era um dos atletas com salário mais alto no Criciúma, ele afirmou que sua permanência não era vantajosa para as pretensões do clube. Além disso o goleiro disse que não havia negociações em andamento.

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ÍDOLO DO TIGRE?

Luiz é considerado por muitos ídolo do Tigre e possui uma grande relação com a torcida do Tricolor Carvoeiro. O goleiro diz não se considera tanto, mas que seu carinho pelo clube e respeito por torcedores sempre existiu.

“Eu nunca me considerei ídolo, sempre tive um carinho muito grande pelo clube e respeitando sempre o torcedor. Isso pessoas falam, torcedor fala, mas eu sempre digo que o grande ídolo do clube sempre foi a torcida e sempre vai ser. Não há nenhum jogador maior que o clube.”, disse.

Além disso, o goleiro ressaltou sua entrega e carinho ao Criciúma e sobre sua visão de ídolo. Luiz afirmou que assumiu um compromisso com o clube e gostaria de ter terminado precocemente.

“Ídolo pra mim é aquele que tem uma referência, uma pessoa que dá um exemplo. Alguém que se entrega dentro de campo e respeita o clube fora de campo. Nesse período tive situações pra sair, não saí, assumi um compromisso e não gostaria de terminar no meio do caminho. Hoje moro em Criciúma, a família está aqui e o carinho pelo clube nunca vai acabar.”, completou.

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LONGAS PASSAGENS POR CLUBES

O goleiro atuou 12 anos pelo São Caetano e foi muito vitorioso pelo Azulão, além disso ficou no Criciúma por seis anos. Ao ser questionado do que se deve essas passagens longas pelos times, Luiz afirmou que se identificou com os clubes e buscou sempre mostrar condições de estar atuando.

“Pra muita gente é visto com bons olhos esse tipo de atleta que gosta de permanecer no clube, se identificar com o clube, e isso aconteceu na minha carreira. Foram 12 anos de São Caetano, 6 anos no Criciúma, foram anos bem trabalhados e difíceis. Surgiram oportunidades e preferi ficar e isso, às vezes pesa muito, pois muitos atletas querem sair, batem o pé e acabam fechando portas.”

Luiz disse não se arrepender de nada, em relação à sua carreira. O goleiro se demonstra orgulhoso de sua trajetória e de seus dois longos contratos.

FUTEBOL NA PANDEMIA

O goleiro, ainda sem clube, afirmou que está treinando em casa durante a quarentena para manter a boa forma. Luiz disse já está treinando desde o final de janeiro, quando saiu do Criciúma. O atleta treina todo dia, mesmo sem previsão do retorno do futebol.

“Comprei uma bicicleta ergométrica pra conseguir fazer alguns trabalhos, mas agora com o retorno estamos podendo fazer um trabalho mais de campo. Até o momento não estamos enxergando um data possível para o retorno do futebol, enquanto não acontece, treino todo dia pra não perder as condições físicas e o contato com bola, o que é essencial pro goleiro. Temos que aguardar pelo fato de nenhum clube estar contratando, a grande maioria está dispensando atletas, então é uma situação complicada de uma forma geral.”

Em relação ao retorno do futebol, o atleta diz que é a favor de que não só o futebol, como as outras coisas voltem, mas com inteligência.

“Cada um tem sua opinião, mas não é só o futebol que tem que começar a retornar com seus devidos cuidados, todos os setores até porque a economia precisa. Não vai ser de uma hora pra outra que essa pandemia vai cessar. A gente precisa que as coisas comecem a retornar, claro eu cada região tem os seus problemas, mas esses problemas tem que ser sanados com inteligência. Se o futebol não voltar muita gente não volta a trabalhar, porque o futebol gera muito emprego.”

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INÍCIO DA CARREIRA

O atleta contou que o início da carreira foi bastante difícil, pois teve que contrariar seus pais para seguir carreira no futebol. Inicialmente, o goleiro iria prestar prova pra marinha e foi chamado para fazer uma avaliação no Mirassol, Luiz, que é natural do Mato Grosso do Sul, foi rumo à São Paulo em busca de seu sonho.

“Depois de dois dias bateu o arrependimento e eu quis voltar pra casa. Meu irmão me ligou dizendo que eu estava com a oportunidade nas minhas mãos e não poderia jogar fora. Fui pro Mirassol e um anos depois já estava vendido para o São Caetano. Foi muito rápido pra mim e não foi fácil.”

Luiz deixou um recado para aqueles que sonham em seguir a carreira no futebol, e revelou que se deve ter competência nesse caminho.

“A competência fala mais alto, você tem que chegar em vôos mais altos porque buscou. Tem que se dedicar, passar por várias situações, cobranças o tempo todo, tem que estar com o psicológico bom. Entrar primeiro e sair por último e, principalmente, não desistir, porque muitos desistem. Muita gente vai colocar obstáculos na sua frente, então não desista.”

FUTURO NO FUTEBOL

Sobre seu futuro, o goleiro disse que suas conversas com clubes foram interrompidas devido a pandemia do Coronavírus. Além disso, o atleta relatou ter dificuldades nas negociações, já que, quando se desligou do Criciúma, os outros clubes já tinham suas equipes montadas.

“Tive algumas oportunidades, mas como os campeonatos já tinham começado, tive dificuldades porque os clubes já tinham formado suas equipes. Surgiram algumas situações e praticamente estava em negociação quando parou tudo. Agora é aguardar o retorno. Não temos nada adiantado nenhum tipo de conversa pois os clubes não estão contratando. Agora é trabalhar, esperar e aguardar.”

Foto destaque: Reprodução/Fernando Ribeiro/Criciúma

Lívia Marques

Lívia Marques

Escolhi jornalismo porque sempre foi minha paixão, fiz estágios em assessoria de imprensa e escrevi algumas matérias pra uma agência de publicidade, meu maior objetivo é conseguir me destacar na área esportiva e ir cada vez mais longe falando sobre o que eu amo.