Leonardo, eterno ídolo do Sport, completaria 46 anos

Nesse sábado (13), a coluna é ainda mais especial. Pois, se ainda estivesse entre nós, o atacante Leonardo estaria completando mais um ano de vida. Assim, considerado por muitos o maior jogador do Sport Club do Recife, o ídolo leonino faria 46 anos de uma passagem gloriosa na terra vestindo o manto vermelho e preto. Foi duas vezes campeão do Nordeste e Hexacampeão Pernambucano, mas também vestiu outras camisas pesadas do futebol brasileiro. Dessa forma, em honra à sua memória, relembremos do craque.

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NO SPORT, O COMEÇO DE TUDO

Assim, Leonardo Pereira da Silva nasceu em um 13 de junho como este, em 1974. Natural de Picos, no Piauí, o nosso aniversariante iniciaria nas categorias de base do clube homônimo, sendo campeão Piauiense, em 1991. No entanto, teria sua grande revelação como profissional no . Logo de cara, escreveria seu nome na história do Leão já na primeira das três passagens pela equipe pernambucana. Isso porque, no intervalo de quatro anos, com gols importantes, foi duas vezes campeão pernambucano e esteve presente, ao lado de Juninho Pernambucano, na primeira conquista de Copa do Nordeste, em 1994.

A PRIMEIRA EXPERIÊNCIA FORA DE PERNAMBUCO

Dessa forma, as boas atuações com a camisa rubro-negra o credenciou a ser preferido nos clubes do Sudeste. Assim, em 1995, a primeira estadia longe do Recife foi no Vasco da Gama. Logo, chegou ao Rio de Janeiro com status de grande contratação e cercado de expectativa, ao seu lado ainda carregou um jovem Juninho Pernambucano. Apesar do companheiro ter se tornado o Reizinho da Colina, Leonardo não conseguiu se firmar no elenco vascaíno.

Logo, pegou a ponte área para atuar em São Paulo. Assim, atuou por dois dos grandes clubes paulistas, sendo o Corinthians o primeiro deles. Apesar de um início promissor na Libertadores, Leonardo não conseguiu manter a boa fase e acabou sendo negociado com o Palmeiras. Já no Verdão, novamente, não apresentou o bom futebol dos tempos de Sport.

ENFIM, A IDOLATRIA NO SPORT

Até 1997, Leonardo era considerado um bom atacante, fazedor de gols, tinha o carinho da torcida, mas apenas isso. No entanto, a partir da segunda passagem pelo Sport, sua história mudou: de bom jogador para ídolo. Isso porque, a volta à Recife foi marcada por títulos, gols e atuações memoráveis do nosso craque. Assim, de 1997 à 2001, o atacante foi Tetra-campeão Pernambucano e faturou a segunda Copa do Nordeste do Leão da Ilha, em 2000. Dessa forma, com alegria em jogar bola, dribles desconcertantes, velocidade singular e uma finalização matadora ganhou a idolatria na Ilha do Retiro.

Além disso, foi artilheiro dos Campeonatos Pernambucanos de 1997, com 14 gols, e de 1999, com 24 tentos. Já em 2000, dividiu a artilharia com Taílson, ambos com 13 bolas na rede. Apesar de todos os títulos, uma atuação em especial não sai do imaginário do torcedor rubro-negro. Assim, Leonardo foi destaque na Copa João Havelange, em 2000, contribuindo para a campanha de quartas de final do Sport. No entanto, em 19 de novembro, em pleno Mineirão, contra o Atlético-MG, o craque marcaria cinco gols na goleada leonina por 6 x 0. Essa que entrou para a história como a maior atuação individual de um jogador com o manto vermelho e preto.

VAI… MAS VOLTA

Diante de uma extraordinária fase no Sport, Leonardo voltou a chamar interesse de outros grandes clubes brasileiros. Assim, em 2001, rumou para o Cruzeiro, mas novamente não conseguiu ter espaço e boas atuações. Ainda teria passagens por Vitória-BA, América-MG e o português Belenenses, antes de retornar para a terceira e última passagem pelo Leão da Ilha. No entanto, novamente vestindo a camisa do Rubro-Negro, o craque não conseguiu brilhar como nos anos anteriores, já tinha 30 anos e começava a sentir o peso da carreira.

Assim, ainda passaria pelo Paysandú e Guarany-CE, voltaria as origens no Picos-PI e até seria nome de destaque no acesso à Série A do rival Santa Cruz, em 2005. Já no final da carreira, teve atuações por clubes do interior de Pernambuco, como Central e Salgueiro, e teria seu último título pelo Cametá com a conquista do Campeonato Paraense, em 2012.

PARA ONDE IRIA APÓS A APOSENTADORIA? SPORT.

Mas, com tanta identificação com a camisa vermelha e preta, aposentado, Leonardo iniciou trabalhos nas categorias de base do Sport, em 2014. Logo, era o responsável por orientar, técnica e taticamente, as jovens promessas do Leão da Ilha, especialmente, aqueles que sonhavam em ser atacantes. Assim, um dos bons legados do ex-jogador foi levar para a Ilha do Retiro o garoto Wallace, que chegou a treinar com os profissionais, em 2016.

No entanto, no mesmo ano em que revelou o jogador, Leonardo foi diagnosticado com neurocisticercose, uma doença oriunda da ingestão de alimentos mal tratados. Assim, lutou pela vida por quase um mês, mas em 1 de março de 2016 deu o último suspiro, partindo muito precocemente e deixando uma lacuna gigante nos corações de milhões de torcedores.

Apesar da perda ainda recente, Leonardo segue e seguirá no imaginário torcedor. Pois, com 136 gols com a camisa leonina, é o terceiro maior artilheiro da história do Sport, atrás apenas de Traçaia e Djalma, ídolos das década de 50 e 60. Além disso, é o segundo maior vencedor da história rubro-negra, com oito títulos, tendo perdido o posto para outro ídolo, o goleiro Magrão. Para sempre estará na memória dos que o viram jogar.

Parabéns, de onde esteja, #LeonardoEterno!

Foto destaque: Divulgação / Sport / Twitter

Ricardo do Amaral

Ricardo do Amaral

"Alvíssaras! Sou Ricardo Accioly Filho, pernambucano de 29 anos, advogado e estudante de jornalismo pela Uninassau. Tenho como mote que “no futebol, nunca serão apenas 11 contra 11”; é arte, é espetáculo, humanismo, tem poder de mover multidões e permitir ascensões sociais. Como paixão nacional do brasileiro, o futebol me acompanha desde cedo, entretanto como nunca tive habilidade para praticá-lo, busquei associar duas vertentes de minha vida: o prazer pela leitura e o esporte bretão. Foi nesse diapasão que encontrei no jornalismo esportivo o elo de ligação que me leva a difundir e informar o que, nas palavras de Steven Spielberg, é o “mais belo espetáculo de imagens que já vi”."