Devemos abusar do mais-que-perfeito. O Botafogo ontem criara, correra, jogara e vencera como nunca. Foi uma partida digna de Nelson Rodrigues. A saber, válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Glorioso teve fulgor inconteste no 3×2 perante o Internacional. (Internacional x Botafogo- Muito mais do que um jogo).
Assim, jogou contra a torcida rival, contra o árbitro e contra o Inter. Em suma, jogou em favor do futebol. Na noite de ontem, os jogadores parecem ter ouvido uma ópera antes de entrar em campo. Desse modo, o Botafogo foi Quarentinha, Garrincha, Zagallo e Nilton Santos em todas as camisas.
A Expulsão Logo no Início e 2 x 0 Internacional
Tudo começa num passe errado de Edenílson. A bola bate no jogador do Botafogo e sobra para Alan Patrick dentro da área. Ele domina e chuta. Portanto, a pelota resvala na barriga e depois no braço de Philipe Sampaio.
Sálvio Pereira Sampaio, árbitro do duelo, marcou uma penalidade inexistente. E expulsou o atleta alvinegro. Ou seja, por sua incapacidade para apitar, era naquele então o protagonista da partida. Porém, a camisa preta e branca iria vencer suas injustiças.
Edenílson converteu o pênalti aos 9 minutos. 1×0! Antes disso, por reclamação, o técnico Luís Castro foi expulso. Aos 14, boa troca de passes do Inter. Bustos acerta um tiro no ângulo. Ou seja, era um gol para dilacerar o alvinegro carioca. No dicionário do futebol, a virada àquela altura era impossível. Contudo, o impossível ocorre amiúde nos jogos do Botafogo.
A Virada Histórica (Internacional x Botafogo- Muito mais do que um jogo).
Cinco minutos depois, meio que ao acaso, gol de Vinícius Lopes. Isto é, a bola sobra na direita para ele, que bate cruzado e faz. A assistência foi originada de uma dividida. O Sobrenatural de Almeida, personagem de Nelson Rodrigues, equilibrava numericamente a partida.
A primeira etapa termina. O Botafogo possui dez em campo, está perdendo e não tem técnico. Todavia, permanece crendo no impossível. Afinal, certas coisas só acontecem com o Botafogo. O segundo tempo começa. O jogo fica nervoso. A aplicação tática do Botafogo é algo digno de exemplo. Aliás, o Inter no 4-1-2-1-2 apequenou-se.
Aos 14 minutos, o empate do Botafogo nasceu. Dessa forma, escanteio para o Glorioso, bate e rebate na área. Erison, de cabeça, faz um gol para levantar a alma. Assim, depois de um gol anulado aqui do Botafogo. E outro acolá do Inter. O árbitro tentava ser ator principal da peça. No entanto, o Alvinegro não deixou.
Sálvio Pereira Sampaio dava de acréscimo 500 minutos a cada um segundo. Diga-se, com o nítido intento de elevar sua especificidade. Portanto, fazer de seu método uma arbitragem caseira. Entretanto, Kayque aproveita a sobra no meio, passa por dois, e se choca com o goleiro. A bola sobra para Hugo. 3×2! E a camisa falou por si só.
Encerrado o confronto, troca de agressões fora de campo. Aliás, Lucas Piazón é expulso do lado alvinegro. Porém, com relação ao Inter, Mercado e David Corrêa recebem vermelho. Foi uma vitória digna de recepção em aeroporto. A grandeza vestiu alvinegro, vestiu Botafogo. Enfim, o clube parece ter nascido 50 minutos antes do sobrenatural.
Foto destaque: Divulgação / FNV