Fluminense leva Cartola e Chico Guanabara de volta à Mangueira em aulão para pré-vestibular social

O Fluminense promoveu uma aula sobre as histórias de vida de Cartola e Chico Guanabara no Museu do Samba, no morro da Mangueira. Em ação conjunta com o pré-vestibular Dona Zica, no local, mais de 60 jovens acompanharam a aula ministrada por Dhaniel Cohen, coordenador do Flu-Memória, e Leandro Carvalho, professor de história na UERJ.

Além deles, estiveram também o auxiliar-permanente Marcão e a professora Layla Silva, tricolor e moradora da Mangueira. Nilcemar Nogueira, coordenadora e curadora do Museu do Samba e neta de Cartola, falou sobre o projeto para o site oficial do Fluminense.

— O pré-vestibular social Dona Zica leva não apenas a questão do conhecimento escolar, como matemática, física, química… Também trabalhamos identidade, ancestralidade, para saber de onde viemos, como estamos e para onde queremos ir.

A professora Layla Silva ministrou aulão do Fluminense no pré-vestibular social da Mangueira - Foto: Marina Garcia/Fluminense FC
A professora Layla Silva ministrou aulão do Fluminense no pré-vestibular social da Mangueira – Foto: Marina Garcia/Fluminense FC

Fluminense dá aula sobre Cartola e Chico Guanabara

A aula começou com a exibição do vídeo oficial de lançamento da terceira camisa do Fluminense para 2023, que homenageou os 115 anos de Cartola. Depois, os professores também mostraram a série “Herdeiros de Chico Guanabara”, produzida pelo clube para contar a história do primeiro torcedor do Brasil — que era amigo do sambista.

A iniciativa foi muito elogiada por alunos, professores e moradores da Mangueira.

— Foi um sonho pra mim relacionar minha paixão pelo meu time, minha escola de samba e o pré-vestibular Dona Zica, que foi o primeiro lugar a me abrir as portas. Sempre brinquei que o Fluminense tinha que estar nas salas de aula. Nunca imaginei que iria ser numa turma minha — afirmou a professora Layla Silva ao Futebol Na Veia.

Fluminense conta verdadeira história do pó-de-arroz

A palestra abordou tópicos como a cultura popular brasileira, a história do futebol, a cultura de torcida no Rio de Janeiro e, sobretudo, a verdadeira história do pó-de-arroz, desmistificando fcrenças perpetuadas no futebol como a fake news que associa o símbolo da torcida do Fluminense ao racismo.

— É muito importante esse processo que o Fluminense vem fazendo de discutir principalmente, as opressões na sociedade que a gente vive e as adversidades de nosso país. É fundamental para que a gente se veja representado não só na arquibancada, quando olhamos para nossos pares, nossos amigos, mas também por ver o clube fazendo trabalhos de conscientização para a torcida e a sociedade como um todo — opinou a aluna Ângela Carvalho.

Fluminense resgata vocação popular com iniciativas institucionais

O aulão foi mais uma das iniciativas do Fluminense na tentativa de resgatar sua vocação popular no Rio de Janeiro. Além de Cartola e Chico Guanabara, outras ações já foram feitas pelo clube em apoio às pautas afirmativas.

— Fico feliz também pela iniciativa institucional do Fluminense. De estar atento às questões sociais. Como professora, acho importante ter esses momentos mais tranquilos, sobretudo tão próximo do ENEM. Mas sempre relacionando com a disciplinas. Lá, estou como professora de sociologia, e consegui relacionar com os estudantes algumas questões já discutidas com o episódio do “Herdeiros de Chico Guanabara” que eles viram. Foi muito legal — opinou Layla.

Caio Blois

Caio Blois