Flamengo: Criador do meme “Street Flaighter” tem 17 anos e é dono de estúdio fotográfico no DF

Videomaker e fotógrafo profissional, Matheus Lima sonha em trabalhar na comunicação do Flamengo

Flamenguista convicto, Matheus Lima Soares, de 17 anos, não é um adolescente comum. Enquanto a maioria dos jovens brinca de editar vídeos nas redes sociais, ele trabalha como videomaker de forma profissional há três anos. Apaixonado pelo universo audiovisual e pelo Rubro-Negro desde a infância, Lima usa seu talento para produzir sátiras ao futebol.

O mais recente trabalho dele é o vídeo “Street Flaighter”, em que figuras do elenco atual elenco do Flamengo foram transformadas em personagens do famoso jogo de luta Street Fighter. A ideia surgiu logo depois de ler a notícia do envolvimento de Marcos Braz, vice-presidente de futebol, em um confronto físico com um torcedor.

– No contexto da gestão atual, o clube não se aproxima mais dos seus “clientes”, que no caso, é a torcida. Historicamente, o Flamengo é um time popular, mas essa diretoria afasta a massa. O episódio que aconteceu no shopping, de um diretor agredir um torcedor, faz um resumo do que é o descaso dessa diretoria com o público – contou ao Futebol Na Veia.

Além da edição “masterclass”, o jovem videomaker apostou em uma sonorização cativante para prender a atenção dos internautas. Com a ajuda de um amigo, dono do canal “Clubes em 8 Bits” do YouTube, ele usou o hino do Flamengo modificado na trilha sonora. No encerramento do vídeo, também é possível ouvir a paródia “Segovinha joga bola”, em uma remasterização feita pelo próprio Matheus.

Fã de futebol e de conteúdo

Ainda que não tenha completado a maioridade, Lima já é dono de seu próprio estúdio de fotografia em Brasília, no Distrito Federal, e presta serviço para outras duas agências de marketing. Atualmente, ele cursa publicidade e propaganda.

– O jogador de futebol se tornou o novo youtuber, todo mundo quer ser famoso e participar desse mundo da internet. Eu sempre quis atuar nessa área, mas aí me vi preso na parte da produção. Para trabalhar nessa área, eu precisei aprender a fazer as coisas e perdi cada vez mais a vontade dessa parte de ficar em frente das câmeras. No entanto, me apaixonei pelo design gráfico. Aos poucos, começaram a surgir os clientes. Alguns outros vídeos viralizaram e comecei a chamar a atenção de algumas agências. Com esse dinheiro abri um estúdio, faz uns dois meses – afirmou.

No entanto, o conhecimento adquirido desde cedo fez com que Lima se tornasse cada vez mais exigente com os conteúdos do Rubro-Negro e de outros clubes.

– Eu uso a minha habilidade com edição para fazer críticas aos times de futebol no geral também, mas falo mais do Flamengo porque sou torcedor roxo. Na minha família, ou você vira flamenguista ou sai de casa. O meu primeiro vídeo que viralizou era sobre o anúncio do Andreas Pereira. Fiz porque achei que o anúncio não foi tão emocionante, então resolvi fazer o meu, inspirado no GTA San Andreas – disse entre risadas.

Crítica social f***

Matheus não é o tipo de torcedor passivo. Nas redes sociais, grita aos quatro ventos a sua insatisfação com o rumo que o Flamengo tomou na gestão de Rodolfo Landim. Por exemplo, o valor dos ingressos no jogo de ida da final da Copa do Brasil contra o São Paulo, no Maracanã, foi motivo de decepção para ele. Mais um ponto na lista de motivos para ajudar a criar sua arte de crítica social

– Totalmente inacessível nos valores, Isso distancia a maioria dos torcedores do real futebol. O Flamengo perdeu a essência – disparou.

– Essa diretoria visa mais o lucro do que a humanização da torcida. É inegável que eles sabem administrar o dinheiro, inclusive o clube teve um superávit de R$ 1 bilhão, mas não adianta ter uma gestão muito boa, se o principal público é afastado. Acaba elitizando o esporte e querendo ou não o futebol é um esporte popular. É um afastamento das raízes do futebol.

Por fim, o jovem nutre o sonho de um dia trabalhar no clube do coração. Criar os conteúdos em vídeo da Fla TV é um objetivo de carreira. Mas, para realizar esse desejo, ele admite que vai esperar pela troca de comando administrativo.

– Toda vez que o Flamengo vem jogar em Brasília, eu faço questão de ir, mas eu tenho muita vontade de ir ao Maracanã. É um sonho que eu tenho, que o meu trabalho com audiovisual possa me levar até o Maracanã. Quando mudar essa diretoria, eu mando meu currículo pro clube. É um sonho que eu tenho trabalhar lá – concluiu.

Livia Camillo

Livia Camillo