Em um ano muito difícil para todas os setores da economia, o futebol feminino teve mudanças importantes. Em 2019, a Copa do Mundo de Futebol Feminino, que aconteceu na França, onde teve recorde de transmissão. Dessa forma, fez com que os brasileiros aumentassem o interesse no esporte.
Com isso, uma das dificuldades encontradas para a promoção do futebol feminino era o mercado nacional. Ele não possuía grande vendas de camisetas, jogos e transmissões nos canais principais de televisão. No entanto, em 2020, a final do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino foi transmitida por televisão, rádio e internet. Além disso, a rede social Twitter registrou o crescimento de telespectadores. Em 2019, cerca de 1,5 milhão de pessoas acompanharam a final, sendo em 2020, cinco milhões de telespectadores.
Outra mudança
Outra mudança importante foi a forma como a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) enxerga o futebol feminino. Em setembro, com o retorno das atividades físicas e profissionais, a organização apresentou as ex-jogadoras Aline Pellegrino e Duda Luizelli como coordenadoras de competições femininas e da seleção brasileira.
Pode não parecer muito para algumas pessoas, no entanto, incluir mulheres em um mundo dominado por homens é importante quando falamos em igualdade. A CBF também igualou o pagamento de treinos para homens e mulheres. Assim, colocou as fases finais do Brasileirão em estádio renomados. Além disso, anunciou o uniforme próprio da seleção feminina pela primeira vez na história.
Ainda falta muito…
Apesar de um grande crescimento em relação ao passado, ainda falta muito para o futebol feminino no país.
“Estamos comemorando muito a visibilidade e os feitos de grandes centros. É bacana ver o Campeonato Paulista se desenvolvendo, mas não vemos o mesmo no Rio de Janeiro. Belo Horizonte também teve muitos problemas com o estadual de lá. E cadê o Nordeste? Cadê o Norte? Precisamos muito melhorar a estrutura dos clubes e fazer com que eles invistam na modalidade e tratem as jogadoras como profissionais. Não tratem como despesa, mas como oportunidade”, ressalta Nina.
Em relação sobre as ações que a CBF fará para igualar as oportunidades pelo Brasil, Luizelli foi sucinta:
“Temos visto as federações praticamente todas fazendo campeonatos regionais, uma vez que os regionais dão vaga para a Série A2 do Brasileiro. Certamente as federações estão se espelhando nas que são modelos, como a de São Paulo. Acho que, pouco a pouco, ‘step by step’, como fala a Pia, nós vamos fazer um futebol feminino mais forte”, finalizou.
O grande exemplo
O grande exemplo a ser seguido no país é o Corinthians. Em 2019, ganharam a Copa Libertadores, Paulista e ficaram em 2º lugar no Brasileirão. A equipe se tornou o time com maior número de vitórias consecutivas (34), entre masculino e feminino. Em 2020, foram 32 jogos e 27 vitórias, com três empates e só duas derrotas.
Com 98 gols feitos e apenas 18 sofridos, a equipe conquistou o bicampeonato do Campeonato Brasileiro. Logo se vingou contra a Ferroviária. Dessa forma, perdeu a final no ano passado. Assim, jogaram a final do campeonato paulista, em que levaram a melhor com um 5 x 0 na final.
Foto destaque: Reprodução/Olimpíada Todo Dia