Ainda temos 12 grandes no futebol brasileiro?

O futebol brasileiro é, em muitos aspectos, único e especial. Somos o único país pentacampeão do mundo. Do mesmo modo, temos o melhor jogador de todos os tempos e o estádio mais famoso do planeta. Muitas características fazem do Brasil o “país do futebol“. Uma delas é a quantidade de clubes considerados grandes. Isso é fruto do crescimento regionalizado do esporte bretão por aqui. Somos um país continental. Dessa forma, as primeiras competições relevantes do futebol nacional foram os certames estaduais.

Quando tivemos a Taça Brasil, em 1959, muitos dos times que consideramos grandes já eram importantes em seus estados e tinham uma quantidade considerável de torcedores. Por conseguinte, sem um critério muito claro, os quatro grandes do Rio, os quatro grandes de São Paulo, os dois de Minas e os dois do Rio Grande do Sul, foram classificados como grandes e o são até os dias atuais.

O que faz um clube ser grande?

Entretanto, a questão que gostaria de abordar é: O que faz um clube ser grande? Seria relevância histórica, como Botafogo e Santos? Ou número de torcedores como são os casos de Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco? Seria essa classificação, apenas uma questão elitista e soberba do sul e sudeste? Peço que o caro leitor observe que os critérios acima são meramente subjetivos.

Porém, a primeira mostra empírica da “grandeza” de clubes no Brasil foi a formação do extinto “Clube dos 13“, que acrescentava ao já conhecido grupo dos 12 grandes, o Bahia. Estes 13 clubes organizaram o que ficou conhecido como Copa União, em 1987, torneio que gera polêmica até hoje, mas isso é conversa para outro dia.

Podemos então, tomar por base que esses são os 13 grandes do Brasil? Caso a resposta seja não, o que faria um clube deixar de ser grande? Seria a “seca de títulos importantes”, dirá um torcedor mais exigente. Contudo, acredito não ser esse o caso, pois se assim fosse, Corinthians e Palmeiras não seriam mais grandes após passarem 23 e 16 anos, respectivamente, sem título algum.

Algum outro torcedor, diria que rebaixamento diminui tamanho de clube. Mas, se isso for verdade, Cruzeiro e Vasco que caíram e não conseguiram voltar, deixaram de ser relevantes? Tampouco, acredito nisso. A Raposa e o Cruzmaltino continuam gigantes e serão assim por muito tempo.

“Clube grande é o que possui capacidade de investimento”, poderá dizer um ou outro analista de futebol brasileiro. Também não acredito! Ao contrário, o Red Bull Bragantino seria grande e o Botafogo pequeno. Não é o caso.

Quem poderá ser o próximo grande do futebol brasileiro?

Por hora eu não acredito que um dos 13 clubes grandes seja rebaixado ao patamar de clube médio. Ao mesmo tempo, não acho que o grupo dos maiores clubes do Brasil, seja fechado para sempre e não possa incluir novos membros. Igualmente, acho que o maior candidato a grande no Brasil é o Athletico Paranaense. Afinal, o clube sediado em Curitiba, tem acumulado títulos importantes em um recorte mais recente de tempo.

Bicampeão da Sul-Americana em 2018 e 2021, campeão do Brasileirão em 2001 e da Copa do Brasil 2019, o Furacão desponta como modelo a ser seguido no futebol brasileiro. A inauguração da moderníssima Arena da Baixada em 1999 foi um marco, passando pela estrutura de ponta e pela base promissora. Assim, o Rubro-Negro do Paraná tem indicativos importantes e necessários a qualquer clube grande no século 21. Acredito que ainda resta um obstáculo ao Athletico. O clube possui uma torcida pequena, que não está sequer entre as 14 maiores do Brasil, segundo a última pesquisa do IBGE. Portanto, o Furacão será grande no dia que aumentar sua torcida. Até lá, penso que ficamos bem com os nossos 13 grandes. Finalmente, nossa história é riquíssima. Em conclusão, devemos muito ao “Clube dos 13″ e suas imensas torcidas.

Foto Destaque: Divulgação/Flamengo

Paulo Henrique Araújo

Paulo Henrique Araújo

Apaixonado por futebol desde antes do que possa lembrar. Comentarista esportivo por amor e constante aprendiz do maior esporte do mundo.