
A última terça-feira, 19, foi marcada no futebol brasileiro pelo fechamento do mercado de transferências internacionais. Um fato que chamou atenção na janela desse ano foi o alto número de contratações de jogadores sul-americanos.
Essa prática no Brasil é polêmica, pois entra em questionamento a capacidade da base dos times daqui. Há os adeptos dos estrangeiros que defendem uma das características mais marcantes dos atletas sul-americanos: a garra e a vontade demonstrada dentro de campo mais que as dos brasileiros. Por outro lado existe os que são contra essas negociações. Um dos argumentos usados para defender os atletas nacionais, é a super-valorização de jogadores considerados “comuns” em seu país.
Os clubes brasileiros vêm no mercado da América do Sul uma chance de economizar pois os jogadores são de países emergentes economicamente e seus salários são muito inferiores aos oferecidos por aqui.
No campeonato brasileiro é permitido somente cinco gringos na relação de jogadores para os jogos organizados pela CBF. Essa medida foi tomada em 2013 para barrar o excesso desses jogadores. Antes esse limite era de três por jogo e o aumento desse número veio à pedido do Grêmio naquele ano.
Nesse mês de julho, o último para poder contratar atletas do exterior, o nome estrangeiros soou em quase todos os times da primeira divisão brasileira.
O Rio de Janeiro conta com vários estrangeiros. No Flamengo Donatti se juntou a Mancuello, Cuéllar, Canteros e Guerrero. O Fluminense trouxe o jovem paraguaio Rojas e ontem confirmou o argentino Claudio Aquino. Salgueiro, Nuñez, Joel Carli, Lizio e Canales são do Botafogo.
No Sul o Internacional apostou no uruguaio Nico López, no venezuelano Seijas e no argentino Ariel Nahuelpán nessa janela. O argentino Kannemann se juntou a Miller Bolaños, ao paraguaio Ramiro e ao sul-africano Sandows no Grêmio.
O turco Kazim-Kazim chegou ao Coritiba por indicação de Alex e é o europeu da turma. Já o Sport foi mais modesto e acertou com o colombiano Ruiz, ex-Atlético Nacional de Medellín.
Em Minas o venezuelano Otero acertou com o Galo que já contava com Cazares, Pratto, Dátolo e Erazo. Já Ábila foi para o Cruzeiro de Pisano, Sánchez Miño e Arrascaeta.
No São Paulo, Chávez se juntou a Cueva, Centurión, Lugano e a Mena e Buffarini ainda é aguardado no tricolor.. Até o Santos, famoso por valorizar a base, entrou na onda trazendo Fabián Nogueira, Vecchio, e Copete para fazer companhia ao camaronês Joel. o colombiano Mina chegou ao Palmeiras que já possui Lucas Barrios e Allione. No Corinthians Ángel Romero e Balbuena são os estrangeiros do elenco.
Diante desses nomes, sem contar os que pertencem a clubes “menores” (mercado não tão comum nesses times), percebemos o excesso de jogadores não conhecidos pela torcida de seus times novos. Por muitas vezes vimos atletas estrangeiros impopulares decepcionarem no futebol brasileiro como o Cárdenas, que chegou ao Atlético-MG no ano passado vindo do Atlético Nacional de Medellín e não vingou por aqui, porém, terá chance nova no Vitória da Bahia neste segundo semestre.
Mas também temos nomes desconhecidos que foram xodós em campos brasileiros. Calleri chegou e já saiu deixando saudades aos são-paulinos. Outro exemplo que pode ser dado foi a passagem de Aránguiz pelo Internacional.
Lucas Pratto e Arrascaeta brilham em seus clubes mineiros e se voltarmos um pouco mais a um passado recente lembraremos de Tevez no Corinthians, Conca no Fluminense e D'alessandro no Internacional. Esses sim dão base de sustentação para a tese dos defensores dos jogadores que vem de fora.