Antes de mais nada, o Corinthians agiu certo ao buscar um técnico de fora do país para comandar a equipe nesta temporada 2022.
Entretanto, parece que os dirigentes do Parque São Jorge, olharam para o passaporte do candidato e não para aquilo que ele pode oferecer.
Acima de tudo, competência não está na nacionalidade. Existem gringos bons e ruins. Também existem brasileiros bons e ruins, embora os últimos sejam maioria.
A questão que envolve Vitor Pereira e o Corinthians é que claramente houve amadorismo da diretoria que montou o elenco antes de pensar nas características do comandante.
Vitor Pereira é rock and roll em Corinthians Bossa Nova
A princípio, o erro do Corinthians não está em ter trazido Vitor Pereira. O técnico tem suas características e é bem recomendado.
Contudo, está claro que trouxeram o técnico certo, ou errado a depender da sua análise, para o momento errado.
O elenco do Timão é cheio de veteranos. Willian, Renato Augusto, Paulinho, Fagner, Cássio, Gil, Giuliano e Róger Guedes.
Todos eles têm em comum o fato de terem passado dos 30. Seria difícil para esses jogadores competirem por aqui, neste calendário insano, em quaisquer circunstâncias.
Como se isso não fosse o suficiente, Vitor Pereira gosta de um jogo que não casa com esses jogadores. O técnico do Timão quer que seu time ataque em bloco, pressione a saída de bola do adversário e mostre intensidade, algo que esses atletas não podem oferecer.
Relação do Corinthians com o Iron Maiden em 1993
A atual situação do Corinthians parece com a do Iron Maiden quando Bruce Dickinson anunciou a saída da banda, em 1993.
Para o lugar do mítico vocalista, Steve Harris e cia trouxeram Blaze Bayley. O substituto tem sua qualidade, fez sucesso na sua carreira antes e depois da banda, mas não deu liga com a Donzela de Ferro.
Enquanto Dickinson tinha agudos marcantes e que caracterizaram a fase de ouro da banda, Blaze cantava numa região mais grave.
O resultado foi um desastre. Blaze desafinava, não conseguia alcançar as notas mais altas e participou do pior fase do Iron Maiden, não por sua culpa, mas porque estava em um ambiente desfavorável.
É impossível não fazer o paralelo com Vitor Pereira. Deram-lhe um repertório de jogadores (músicas), que ele não costuma tocar, que foge das suas características.
Resta saber se Vitor Pereira será lembrado como o Blaze Bayley do Corinthians ou se ele será como Ronnie James Dio, que levou o Black Sabbath ao sucesso mesmo após a saída de Ozzy Osbourne.
Finalmente, é de se esperar que caso dê certo o casamento entre o treinador e o Timão será porque o técnico mudou a Bossa Nova cadenciada do elenco para um Heavy Metal, ou porque aprendeu a tocar o ritmo brasileiro.
Da forma que está hoje é impossível dar certo.
Foto Destaque: Rodrigo Coca/Agência Corinthians