
Mais de 900 estudantes de 24 estados e do Distrito Federal competem de hoje a sexta-feira (25/11) em São Paulo na oitava edição das Paralimpíadas Escolares. Apenas Piauí e Roraima não enviaram representantes. Os atletas são alunos com deficiência física, visual ou intelectual, entre 12 e 17 anos, dos ensinos fundamental e médio de escolas públicas e privadas do país. As provas serão realizadas pela primeira vez no Centro Paralímpico Brasileiro, inaugurado em maio deste ano na Rodovia dos Imigrantes.
O evento terá as mesmas oito modalidades das edições anteriores – atletismo, bocha, futebol de 7, goalball, judô, natação, tênis de mesa e tênis em cadeira de rodas – mas reúne este ano 200 competidores a mais do que em 2015. Os três primeiros colocados de cada prova se habilitam a pleitear o Bolsa-Atleta junto ao Ministério do Esporte em 2017.
A competição é considerada a maior do gênero na América Latina e já revelou atletas de destaque do paradesporto nacional, como os velocistas Alan Fonteles – ouro nos 200m (T44) em Londres-2012 – e Petrúcio Ferreira, ouro nos 200m (T47) em setembro no Rio; Leomon Moreno, campeão mundial de goalball na Finlândia-2014 e medalha de prata em Londres e a saltadora Lorena Spoladore, campeã mundial em Lyon-2013 e medalhista de bronze no salto em distância e prata no revezamento 4x100m livre (T11-13) no Rio-2016.
Na cerimônia de abertura, ontem, em um hotel da zona norte, o alagoano Yohansson Nascimento – detentor de cinco medalhas paralímpicas no atletismo – saudou os participantes. “Tenho certeza que muitos de vocês estarão ao meu lado em Tóquio. Dediquem-se ao esporte porque ele transforma a vida da gente, não só como atleta, mas como pessoa”, disse momentos antes de acender a tocha.
O presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Andrew Parsons, ressaltou que os Jogos Escolares fazem parte do cronograma paralímpico brasileiro cujo objetivo é criar as condições para o surgimento de novos talentos. “O mais importante é termos competições de alto nível ao longo do ano. É termos um calendário para os jovens desenvolverem suas habilidades. Este é o verdadeiro legado para o CPB”, afirmou.
Nem todos os alunos, porém, encaram a experiência com tanta seriedade. Para o mesatenista mato-grossense Luan Ribeiro, o principal será a convivência com os colegas, independente do resultado. “É a minha primeira competição nacional. Não acho que chegarei à final – até gostaria, mas acredito que não vai dar. De qualquer forma, só de estar aqui representando o meu estado já é uma sensação de vitória”.
Esta é a sexta vez que a capital paulista recebe a competição. Brasília (DF), em 2009, e Natal (RN), no ano passado, também já sediaram os Jogos. O estado de São Paulo é o maior vencedor da competição com quatro títulos (2010, 2011, 2013 e 2015), seguido por Rio de Janeiro com dois (2009 e 2012) e Santa Catarina, primeiro colocado em 2014. São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro contam com as maiores delegações.
As Paralimpíadas Escolares são organizadas pelo CPB, em parceria com a Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, com a Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE) e com o Ministério do Esporte.