A Coluna Parabéns ao Craque de hoje homenageia o ex-zagueiro Diego Alfredo Lugano Moreno. O Deus da Raça está completando 40 anos de idade nesta segunda-feira (2), e nada mais justo que exaltar a garra e dedicação deste grande ídolo do futebol uruguaio.
O INÍCIO
Primeiramente, Lugano nasceu em Canelones, pequena cidade do Uruguai. E igualmente a seu pai Alfredo, Diego sempre gostou de futebol, mas não tinha a habilidade de um camisa 10 ou de um atacante. Então, o futuro jogador foi jogar nas categorias de base do Club Atlético Libertad, como zagueiro.
Não demorou muito para despontar, já que a imprensa uruguaia ficou espantada com tamanha liderança, raça e inteligência que o jogador demonstrava em plena adolescência. Após o título do Campeonato Uruguaio sub-18, Lugano começou a chamar atenção de alguns clubes grandes do país.
Em 1999, o Nacional contratou a joia Lugano, e em menos de um ano, o futuro zagueiro profissional se tornou um dos zagueiros da equipe principal. E juntamente com todo elenco, Diego se tornou bicampeão uruguaio. Em 2000 e 2001.
Em 2002, Lugano foi emprestado ao Plaza Colônia por falta de espaço na equipe titular. E por incrível que pareça, foi neste pequeno clube, que o zagueiro foi capitão pela primeira vez. Treinado por Diego Aguirre, o jogador se tornou titular absoluto da equipe.
DIO5 NO TRICOLOR
Em 2003, após indicação de Aguirre, Diego Lugano começava ali, a construir a história mágica com o São Paulo. Porém, após Marcelo Portugal Gouvêa, até então presidente do São Paulo na época, dizer em uma entrevista que nunca havia visto Lugano jogar, foi o estopim para a torcida tricolor começar a criticar fortemente o presidente, comissão técnica e até o próprio zagueiro. Já que o clube estava desde 1998 sem ganhar um título sequer.

Portanto, Oswaldo de Oliveira não o colocou para jogar, principalmente por conta da rejeição extrema da torcida, e mesmo Lugano treinando bem, o zagueiro não era sequer relacionado para uma partida. Foi ali, que o apelido Deus da Raça fez mais sentido do que nunca.
DEDICAÇÃO, RAÇA, SUPERAÇÃO E REDENÇÃO
Logo depois, após ver que não ganharia uma chance de jogar, Lugano começou a se doar pelo clube. Na época, para demonstrar que poderiam contar com ele, Diego chegava três horas antes do treino começar, e ficava treinando sozinho. Por outro lado, mesmo assim, Oswaldo não relacionava o zagueiro para jogar.
Mas o melhor estava por vir, já que no dia 3 de maio de 2003, Oswaldo de Oliveira foi demitido. E juntamente com Milton Cruz, Roberto Rojas assumiu a equipe. Portanto, Lugano começou a ter chances na equipe titular. E no final daquele ano, que o Deus da Raça foi coroado com sua primeira convocação para Seleção Uruguaia.
Mas foi apenas com Cuca, em 2004, que o zagueiro se tornaria intocável na equipe do Morumbi. O São Paulo terminou o Brasileirão em 3º lugar, e Lugano foi eleito o melhor zagueiro do Campeonato Nacional.
Em 2005, já com Emerson Leão, tudo de ruim que o zagueiro passou no São Paulo, valeria a pena. O Tricolor foi campeão paulista em abril daquele ano. Mais tarde, já com o mestre Paulo Autuori, o Soberano se tornava campeão da Libertadores da América, e em dezembro campeão Mundial. Pasmem, Lugano estava na seleção dos três torneios. E além disso, Diego foi novamente nomeado como o melhor zagueiro do Campeonato Brasileiro.
Lugano ficou muito conhecido no Tricolor, pela suas entradas fortes e sem dó nos adversários, alguns rivais até o chamam de “Cavalo“.
CAPITÃO DA CELESTE
Desde sua primeira partida pela Seleção Uruguaia em 2003, até a eliminação da Celeste contra a Austrália na repescagem da Copa do Mundo de 2006, Lugano sempre demonstrou espírito de liderança com a camisa do Uruguai, mas foi apenas na Copa América de 2007, que o zagueiro se tornou o capitão fixo da seleção.
Dessa forma, o Deus da Raça é um dos jogadores que mais vezes utilizou a braçadeira de capitão do Uruguai, ficando atrás apenas de Diego Godín, que o ultrapassou em 2018.
Aliás, Lugano disputou a Copa América de 2007 e 2011, além dos mundiais de 2010 e 2014, na África do Sul e Brasil, respectivamente. Ou seja, fez história com a Celeste, levando o Uruguai a uma semifinal de Copa, em 2010, e levantando a Taça da Copa América de 2011.
LUGANO NA EUROPA E NO PARAGUAI
Da mesma forma, outro time em que Lugano foi ídolo, é o Fenerbahçe. Lá o zagueiro ficou por cinco temporadas e conquistou dois campeonatos nacionais, além de uma Copa da Turquia. Já em 2011, Lugano assinou com o PSG, e apesar de começar muito bem, algumas lesões o tiraram da equipe titular, e após inúmeros jogos fora, o time de Paris contratou Thiago Silva para substituir o zagueiro.
Depois de perder espaço na França, o zagueiro passou por Málaga, West Bromwich e Häcken, mas não obteve sucesso em nenhum desses clubes.
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Em 2015, o zagueiro retornou para América do Sul, e fechou com o Cerro Porteño do Paraguai. Apesar de estar com 35 anos naquela época, Lugano jogou muito bem, foi titular da equipe e vice-campeão paraguaio. Fazendo um total de cinco gols em 16 partidas.
RETORNO AO MORUMBI
No final de 2015, Lugano disputou a partida de despedida de Rogério Ceni. E lá se comoveu com constantes gritos da torcida pedindo sua volta. E meses depois, o Tricolor do Morumbi anunciou o retorno do ídolo. Obviamente, seu momento era totalmente diferente da primeira passagem pelo clube, e não conseguiu repetir o mesmo desempenho, sendo na maioria das vezes, reserva de Maicon, Rodrigo Caio e Arboleda.
Torcida grita o nome de Lugano na despedida de Rogério Ceni https://t.co/sd0Jz9A0gD
— Rede Contínua (@redecontinua) December 13, 2015
Posteriormente, Lugano anunciou a aposentadoria do Futebol e assumiu o cargo de diretor de relações institucionais do São Paulo em dezembro de 2017, onde, atualmente se mantém.
FELIZ ANIVERSÁRIO, DIO5 LUGANO
A lenda uruguaia merece todo reconhecimento da torcida são paulina, além de toda população uruguaia. Parabéns ao Craque.
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Parabéns, @DiegoLugano! O eterno camisa 5 do Tricolor completa mais um ano de vida hoje!
Pelo clube, o uruguaio conquistou cinco títulos: Paulista, Libertadores, Mundial (2005) e Brasileiro (2006), além da Florida Cup (2017).
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— São Paulo FC (@SaoPauloFC) November 2, 2020
Foto destaque: Reprodução/Matheus Jushiro/FNV