
O técnico Tite convocou 24 jogadores para os dois próximos jogos da Seleção brasileira nas eliminatórias para a Copa da Rússia. No dia 06 de outubro o Brasil receberá a Bolívia na Arena das Dunas. Na rodada seguinte, cinco dias depois, viajará para Mérida, onde enfrenta a Venezuela. O acréscimo de um jogador deve-se ao fato do volante Paulinho estar suspenso e só poder atuar na segunda partida.
A lista de convocados é composta por:
Goleiros: Alisson, Muralha e Weverton
Zagueiros: Gil, Marquinhos, Miranda e Thiago Silva
Laterais: Daniel Alves, Fagner, Filipe Luís e Marcelo
Meio-campistas: Casemiro, Fernandinho, Paulinho, Renato Augusto, Giuliano, Lucas Lima, Oscar, Philippe Coutinho e Willian
Atacantes: Douglas Costa, Roberto Firmino, Gabriel Jesus e Neymar
Em relação à última convocação, Marcelo Grohe, Geromel, Rafael Carioca, Taison e Gabriel Barbosa (Gabigol) foram preteridos. As novidades ficaram por conta de Alex Muralha, Thiago Silva, Fernandinho, Oscar, Douglas Costa e Roberto Firmino.
As convocações de Thiago Silva e Douglas Costa já eram esperadas. Ambos os atletas recuperavam-se de lesões e, por isso, não estiveram presentes na primeira lista de Tite. Por outro lado, surpreendeu com Muralha.
“Afora o grande momento, Muralha tem grande regularidade. Vem fazendo um grande campeonato. O jogo que assistimos contra o Palmeiras, defesas, saídas de bola. Isso conta.” – declarou o treinador.
Eis o questionamento: por que ninguém lembra da regularidade de Vanderlei? As atuações do arqueiro santista têm sido impecáveis. Contra o Botafogo, apenas para citar o mais recente exemplo, o Santos desceu para o vestiário em vantagem graças ao camisa número 1.
E por falar em regularidade e bom momento, o que justifica a convocação de Lucas Lima? Abalado por seu insucesso no que tange o ingresso ao futebol europeu, o camisa 10 do Peixe esqueceu de jogar. Limita-se a andar em campo. Nos bastidores é chamado de ”o perna”. Bom momento vive o ótimo e incansável Tchê Tchê. Camilo, do Botafogo, vem melhor que o meia santista. O próprio Diego, recém chegado ao Flamengo, tem demonstrado que, mesmo taxado como ”jogador de clube pequeno da Europa”, tecnicamente pode dar um toque refinado a qualquer elenco.
Mas o Tchê Tchê é volante, diria o corneteiro de plantão. Adiantar Renato Augusto, que cumpria a função de articulador no Corinthians, e escalar o jogador palmeirense como segundo homem de meio campo resolveria a situação.
Camilo é velho e vive apenas um bom momento, não merece Seleção, persiste o sabichão. Pois bem, então que lembrem de Gustavo Scarpa, o único expoente técnico do time do Fluminense. O polivalente meia tem comandado o irregular time do Fluminense.
Oscar já teve inúmeras chances e não soube aproveitá-las. Giuliano era um dos expoentes técnicos do Grêmio, mas nunca foi brilhante. Phillipe Coutinho provou, nos jogos contra Equador e Colômbia, que é melhor que o meia do Zenit.
Para o ataque, nova chance para Roberto Firmino. O jogador vive bom momento no Liverpool, mas também nunca me agradou. Já teve oportunidades e não convenceu. Em se tratando de oportunidades, por que Lucas Moura, do PSG, não é lembrado? Mesmo que sucumba às expectativas, tantos outros foram chamados e não corresponderam. O jogador do clube francês merece uma chance.
Mas verdade seja dita: a escassez de talentos para o ataque mantém-se, haja vista que Robinho, Fred e Bruno Rangel figuram entre os artilheiros do Brasileirão. Na Europa, os destaques para o setor não são brasileiros.
E em se tratando de Robinho, se os critérios fossem de fato bom momento e regularidade, o atacante, que vem comandando o setor ofensivo do Galo, mereceria uma chance.
Mas pregar e pedir a convocação de Robinho e Diego infringe a busca incessante pela renovação da Seleção. Mas talvez, se a renovação existisse de fato, Daniel Alves não estaria nesta lista. Deixemos isso, entretanto, de lado. Isso é papo para outra conversa.
A lista de Tite não é ruim. A base da última convocação foi mantida. Assim como nas partidas anteriores, o Brasil deve sair com mais seis pontos somados. Uma convocação jamais será unânime. E é bom que não seja. O futebol carece de debates.
Mas Tite nos ensinou a não duvidar de seu potencial. A Seleção não é ainda e quiçá não volte nunca mais a ser o suprassumo do futebol mundial – torço para queimar a língua o mais rápido possível – , mas contra Equador e Colômbia, já tornou-se possível verificar a existência de um novo padrão de jogo, mesmo que no seu estado mais embrionário e prematuro.
O futebol é permeado de clichês. Pois bem, vamos dar tempo ao tempo.
Avante, Brasil!