
O Santos anunciou a contratação do treinador argentino Jorge Sampaoli, nesta quinta-feira, 13, em suas redes sociais. O técnico que comandou a seleção albiceleste na última Copa do Mundo, na Rússia, e que estava desempregado desde então, é aguardado no Brasil neste final de semana, para assinar o contrato e acertar os últimos detalhes. Por se tratar de um nome de peso no mercado, surge o válido questionamento: o que o Peixe ganha com sua vinda?
Oficial: Santos FC e Jorge Sampaoli têm um aceite assinado na proposta para que o argentino seja o treinador da equipe em 2019. Os últimos detalhes e a assinatura do contrato devem ser finalizados em encontros presenciais neste final de semana. pic.twitter.com/ZF3m3j3XuW
— Santos Futebol Clube (@SantosFC) December 13, 2018
Treinador com passagens por Sevilla e pelas seleções do Chile e da Argentina, Sampaoli é, certamente, o nome mais graúdo que comandará o Santos nos últimos anos. Neste aspecto, é um acerto do presidente José Carlos Peres, que indubitavelmente buscava um medalhão, que pudesse servir como cortina de fumaça para suas trapalhadas. Afinal, Peres deu inúmeras exemplos, em seu primeiro ano de mandato, de inabilidade política e administrativa.
Sob outro aspecto, o estilo de Sampaoli, sobretudo à frente da seleção chilena, casa perfeitamente com a reivindicação histórica da torcida e das direções alvinegras de ver o time com o “DNA ofensivo”. Quando foi campeão da Copa América de 2015, e vice-campeão da Copa das Confederações, em 2017, Sampaoli demonstrou ser respeitado pelos chilenos, além de dar ao time um padrão muito bem definido: intensa movimentação, aproximação entre as linhas e rápida transição ofensiva. Trocando em miúdos: posse de bola e jogo em velocidade.
É esta versão do treinador de 58 anos que o torcedor santista espera ver, uma vez que sua passagem pela Argentina foi frustrante. Foram seis vitórias em 11 jogos, mas, durante o Mundial, sofreu para passar de fase, bateu de frente com o dono da seleção, Lionel Messi, e foi eliminado pela campeã França, nas oitavas de final.
Se na Argentina o treinador tinha problemas com o ego dos super craques, no Santos terá, a priori, autonomia para colocar ordem na casa. E o torcedor espera uma mudança drástica no estilo de jogar da equipe. Com Jair Ventura, o Peixe perdeu mais de um semestre com um futebol medíocre, covarde. O “futebol reativo”, na realidade, era uma desculpa para sustentar um esquema retranqueiro, típico de um time que se contentaria com um mero 1 a 0. Com Cuca, o time melhorou, mas, em noites de futebol mal jogado, os resquícios do trabalho de Ventura apareciam com a abundância de cruzamentos e a falta de triangulação.
Sampaoli tem ideias que agradam, mas, para implementar um bom futebol, precisará, obviamente, de bons jogadores. O plantel santista de 2018 era limitadíssimo e, com a saída de Gabriel, artilheiro do Brasileirão e da Copa do Brasil, o time perde em poder de fogo. Se o lateral esquerdo Dodô não acertar sua permanência, a equipe ficará ainda mais debilitada. Para 2019, o Peixe precisa de um zagueiro, um lateral esquerdo, um volante, um meia e dois atacantes, no mínimo – um para a beirada de campo e um camisa 9.