
Dia de jogo, arenas sendo preenchidas por torcedores com uma condição melhor de vida, ingressos absurdamente caros e uma partida regular. Esta tem sido a realidade dentro das novas arenas espalhadas pelo Brasil. Depois da Copa do Mundo de 2014, muitas arenas foram inauguradas – muitas delas , inclusive, sendo pouco usadas – e isso refletiu na torcida dos clubes brasileiros.
O papel do torcedor é gritar, cantar, pular, incentivar o time em campo, acordar com a garganta rouca porque o time foi campeão no dia anterior ou chorar após uma derrota para um rival, essas atitudes tem sido cada vez mais raras após a chamada elitização do futebol que vem crescendo, ganhando força e, cá entre nós, veio para ficar.
Torcedor virou cliente, ser sócio torcedor é como ganhar descontos em produtos de uma determinada loja por ser um “cliente exclusivo”. Eles entram nas arenas, sacam os seus smartphones e tiram incontáveis fotos para “ostentar” em suas redes sociais. E os verdadeiros torcedores? Aqueles que incentivam? Eles não querem ficar sentados, assistindo, pagando caro. Querem estar em todos os jogos, apoiando, gritando. Mas todo mundo paga caro. Até o pequeno bebê de seis meses de vida. E daí que ele não vai sentar em uma das cadeiras da arena? Entrou, é um ser vivo, tem que pagar.
Será que a paixão efervescente dos torcedores se manterá com a elite chegando para dominar os estádios? Enquanto o Brasil já ocupa o 15° lugar no ranking mundial, tendo uma média de 15 mil torcedores, os grandes empresários continuam felizes com o lucro que suas novas arenas tem gerado. O futebol, que era do povo, foi substituído por cadeiras e smartphones. Poucos comemoram, muitos pagam. A elitização veio para ficar e a máfia vai lucrar, independente do que seja do futebol daqui para frente.