
O mercado da bola sempre é o responsável por movimentar o mundo do futebol. O futebol, inclusive, conta com diversas leis e regras, que pode ser diferenciadas de acordo com o país. Esse é o caso da Lei Beckham, tema do Navegando pela La Fúria dessa semana. A lei foi criada pela Espanha, contando com polêmicas.
A LEI
Chamado oficialmente de decreto real 687/2005, a Lei foi assinada pelo presidente conservador José María Aznar, da Espanha. O benefício ficou popularizado como “Lei Beckham”. O nome do jogador, que vinha fazendo grande sucesso na época, foi designado à lei por ele ser o primeiro a ser beneficiado pelo novo decreto. Com isso, o foco da mesma eram os atletas estrangeiros famosos e top de linha. Assim, os times, através da lei, tinham mais vantagens na contratação de grandes nomes.
A Lei Beckham diminuía os impostos de salários superiores a 600 mil euros. Ou seja, os atletas, por um período de cinco anos, ficavam isentos de pagar os impostos fiscais. Assim, pagavam uma alíquota que foi de 43% para 23%. Dessa maneira, este benefício fiscal foi o responsável por atrair grandes nomes do esporte para clubes da Espanha. Com a aplicação e aceitação por parte das autoridades, esses atletas tornavam-se responsável por impostos espanhóis com base em sua renda na renda Espanha e ativos de sua parte.

GRANDE APOIO PARA CONTRATAÇÃO DE ESTRELAS
Um dos mais beneficiados pela Lei Beckham foi o Real Madrid. Através do decreto, grandes nomes foram contratados. Com isso, atletas, como Cristiano Ronaldo, Kaká, Gareth Bale e James Rodríguez, chegaram aos Merengues. Contudo, não foi somente no Real. O seu rival, o Barcelona, também conseguiu trazer jogadores. Assim, o clube, graças aos benefício, fechou com Cesc Fàbregas, Thierry Henry, Zlatan Ibrahimovic e Neymar, entre outros.
Além dos gigantes europeus, o decreto também beneficiou outros clubes. Com a ajuda da Lei Beckham, o Atlético de Madrid assinou com Falcao García, que estava no Porto, de Portugal, em 2011. Assim também, o Villarreal fechou com o ítalo-americano Giuseppe Rossi, do Manchester United.

MUDANÇAS
A lei, desde que foi criada, recebeu muitas críticas do Governo Espanhol. Isso porque, apoiado de suas alianças políticas, queriam aumentar os impostos cobrados sobre os salários dos craques. Obviamente, isso não agradou as equipes e seus atletas. Um dos principais motivos seria uma decadência do Campeonato, visto que jogadores não gostariam de atuar no país. Isso faria com que diminuísse a quantidade de patrocínios. Tentando entrar em um acordo, uma primeira mudança aconteceu em 2010.
Com a alteração, foi imposta uma alíquota de 600 mil euros para uma utilização mínima dos 24%. Com isso, quem ganhasse mais do que o valor estipulado, estaria sujeito aos 42% – a porcentagem subiu para 52% no ano de 2012 -. Para a alegria de Barcelona e Real Madrid, a mudança era somente para os novos contratos. Com isso, Lionel Messi, do Barça, e Cristiano Ronaldo, dos Merengues, não tiveram problemas.

Foto destaque: Reprodução/Martin Rickett/PA