
A Rede Globo corre sério risco de não transmitir a Taça Libertadores da América de 2016 à 2022, pois com os casos de corrupção que houveram na Conmebol, não é certo de que os contratos continuem valendo. A emissora brasileira então, decidiu processar a Fox, a Conmebol e agências de marketing para tentar assegurar os jogos, informação publicada primeiro pela “Veja”. A Justiça do Rio, no entanto, negou uma liminar que lhe garantiria as partidas.
A Globo prevê um “grave prejuízo com sua audiência” se não puder transmitir a Libertadores. Chegou a depositar cerca de R$ 9,7 milhões em juízo para tentar se assegurar de poder transmitir as partidas. Mas, até agora, as partes não anunciaram uma solução para o problema.
Após denúncias de corrupção no início do ano passado, tivemos as prisões de dirigentes da Conmebol como os ex-presidentes, Nicolas Leóz, Eugênio Figueredo e Juan Angel Napout.
O motivo principal de medo da Globo é que o FBI descobriu que, entre outras irregularidades, os dirigentes presos levavam propina por contratos de direitos de televisão da Libertadores.
Quem pagava os subornos era a Torneos e a T & T, que têm participação da Traffic. São todas investigadas ou já consideradas culpadas em processo judicial norte-americano. Pois bem, a T & T e a Torneos revendiam os direitos de televisão aberta da Libertadores para a Globo pelos últimos dez anos.
Em novembro de 2015, a Conmebol anunciou o rompimento do contrato com a T & T, com a Torneos e com a Fox referentes à competição sul-americana. Assinou novo acordo com a Fox. Com isso, os contratos da Globo com a T & T e a Torneos passavam a não valer nada. A emissora fez seguidas notificações para a confederação sul-americana desde junho de 2015. Em dezembro, a Conmebol respondeu informando que os contratos estavam rompidos.
No meio de dezembro, a emissora entrou com processo na Justiça do Rio contra Conmebol, Fox, T & T e Torneos. Seu pedido de liminar era para que a confederação fosse vetada de vender a Libertadores em TV Aberta para outras emissoras. Além disso, tinha como objetivo proibir que qualquer outra rede pudesse captar ou exibir imagens da Libertadores.
No processo, a emissora carioca alega que a Conmebol não pode rescindir o contrato apenas “porque lhe é economicamente vantajoso”. E afirma: “A autora (Globo) corre o sério risco de ter seus direitos sobre as Copas Libertadores da América e Sul-Americana frustrados, com o que sofreria graves prejuízos em sua audiência, e de causar prejuízos às empresas a quem já vendeu as cotas de patrocínio”. Mas adiante, a emissora fala em “dano irreparável”.
Em nenhum momento, a Globo se refere ao fato de os contratos da T&T e a Torneos & Traffic terem sido obtidos de forma fraudulenta por meio de pagamento de propinas. Apenas cita que houve acusações contra os dirigentes da Conmebol. Mas as propinas são o motivo do rompimento dos acordos. As empresas tiveram suas contas bloqueadas e são alvo do FBI.
Por isso, a Globo estava com os pagamentos dos contratos da Libertadores atrasados porque não sabia para quem repassar o dinheiro. Em dezembro, depositou parcelas no valor de US$ 2,570 milhões (R$ 9,7 milhões) em juízo referentes a 2015 para tentar garantir o torneio.
Mesmo assim, em 18 de dezembro, o juiz da 49 Vara Cível, Cesar Augusto Rosalino, negou a liminar para a Globo ao explicar que a emissora não tinha contrato direto com a Conmebol. Assim, não poderia exigir obrigações diretamente da confederação. A Conmebol foi até retirada da condição de réu no processo.
“Portanto, não existindo vínculo jurídico contratual direto entre a autora e a primeira ré (Confederacion Sulamericana de Futbol – CONMEBOL), suas pretensões em exigir a obrigatoriedade da transmissão das referidas competições esportivas não encontram amparo legal no ordenamento vigente, caracterizando impossibilidade jurídica do pedido”, afirmou o juiz.
Fonte: UOL Esportes