Antes de mais nada, o empresário John Textor anunciou na última segunda-feira (20), a compra de 66% das ações do Lyon, da França. Assim, o acionista majoritário do Botafogo e do Crystal Palace (da Inglaterra) pode ter ainda mais fatias do clube francês. Já que, no futuro, a fatia pertencente a Textor pode chegar a 88%. Contudo, apesar da “recepção” feita pelas redes sociais do Botafogo ao novo coirmão francês, existe um clima de preocupação em torno deste acordo por parte dos torcedores botafoguenses. Principalmente, se o foco de John Textor passasse a ser o Lyon.
Troca de experiências
Primeiramente, é importante lembrar ao torcedor do Botafogo, os planos de John Textor. Em suma, o empresário americano quer formar uma rede de clubes. Por enquanto, ele já possui ações do Botafogo (Brasil), Lyon (França), Crystal Palace (Inglaterra) e RWD Molenbeek (Bélgica). E estes clubes já trocam experiências entre si. Por exemplo, assim que Textor comprou a SAF do Glorioso, o atual presidente do clube Durcesio Mello viajou para Londres, convidado pelo empresário americano. Assim, a viagem foi com o intuito de conhecer as instalações do Crystal Palace e trocar experiências com seus dirigentes.
E como esta troca de experiências pode acontecer entre Botafogo e Lyon? O clube francês vem se concentrando bastante nos últimos anos em formar jogadores a partir de suas categorias de base. Assim, o Botafogo poderia se beneficiar de possíveis transações entre os clubes que fazem parte da rede de John Textor, com jovens reforços da França. Além disso, o Botafogo passa a ser uma opção para jovens jogadores brasileiros que buscam a Europa. Já que estes jovens poderiam passar uma temporada ou ir em definitivo para o Lyon.
O Botafogo corre risco de perder protagonismo?
A saber, talvez esta seja a principal preocupação do torcedor botafoguense. Entretanto, John Textor garantiu, em declaração ao “Blog do PVC” do GE, que sua prioridade será o clube brasileiro:
“A prioridade é o Brasil, sério! O clube. Na França, tudo tem sido conduzido pelo mesmo presidente nos últimos vinte anos, Jean Michel Aulas, e ele continuará sendo o presidente e CEO. Meu tempo integral da operação é e continuará sendo no Botafogo. Temos uma tremenda oportunidade de restabelecer o clube e criar uma Premier League para o Brasil. Tudo no Brasil é uma histórica oportunidade. É cativante e eu não vou gastar meu tempo fazendo muito mais coisas fora” – garantiu Textor
Porém, na coletiva de apresentação de John Textor na França, o acionista do Botafogo falou que o Lyon será o “epicentro de seu projeto de futebol”. O que é natural, já que o epicentro do futebol mundial está na Europa. E apesar de deter a maior fatia do clube francês (66% que pode chegar a 88%), Textor garantiu que, pelo menos nos próximos três anos, o atual presidente Jean Michel Aulas (no qual a família detém 28% do Lyon) continuará sendo o presidente e CEO do clube:
“Eu não vim para ser presidente. Não tomo decisões relacionadas aos atletas e ao treinador. Caberá a Jean-Michel tomá-las. Não haverá mudanças na gestão, esse não é o objetivo. Quando um acionista se torna a majoritário, o conselho de administração geralmente reflete essa mudança, mas queremos deixar alguma autonomia. Jean-Michel sabe como gerir um negócio e como guiar o seu barco, acho que ele está confortável o suficiente para poder fazer o que sempre fez até hoje.” – declarou John Textor em sua coletiva de apresentação no Lyon.
Foto Destaque: Reprodução/Twitter/Botafogo