Guillermo Ochoa. Provavelmente você se lembra tão bem como eu do quanto o goleiro mexicano evitou a vitória do Brasil sobre o México na Copa do Mundo de 2014. Nesse contexto, a coluna Marcas da Copa vem nesta terça-feira (9) relembrar como se desenrolou o segundo jogo da seleção brasileira no evento que aconteceu aqui no nosso país, mais precisamente no estádio do Castelão.
BRASIL X MÉXICO – CENÁRIO
Os dois países venceram na estreia. Assim, o Brasil bateu a Croácia, por 3 x 1, de virada, jogando em São Paulo. Por outro lado, o México venceu Camarões, por 1 x 0, na Arena das Dunas, em Natal. Dessa forma, sul-americanos e norte-americanos tinham encontro marcado na 2ª rodada da fase de grupos.
A vitória, independente do lado, colocaria o vencedor com uma mão e meia na vaga para a fase mata-mata do principal torneio de futebol do mundo, ainda que, para mim, os dois países fossem os favoritos para alcançarem a próxima etapa, o que se concretizou depois.
Relembre os grupos da Copa do Mundo 2014 (de 12/06 a 13/07) pic.twitter.com/I7ikDUB0xs
— Goleada Info (de 🏠) (@goleada_info) December 6, 2013
Apesar da vitória de virada na estreia, a seleção brasileira de Felipão não me convenceu. Dependendo muito das jogadas individuais de Neymar, logo imaginei que o Brasil teria jogo duro frente a defesa bem postada dos mexicanos.
Por outro lado, apesar do placar magro contra Camarões, de Samuel Eto'o, o México se apresentou bem na Arena das Dunas. Mesmo sem Chicharito entre os 11 iniciais, os mexicanos desenvolveram boas jogadas de velocidade com Giovani dos Santos. Além disso, o esquema com Layún e Aguilar como alas no ataque e laterais na defesa deu boa consistência defensiva e bom apoio ofensivo.
A CONSAGRAÇÃO DE OCHOA
“Ele resolveu não deixar o Brasil ganhar”. Essa frase dita por Galvão Bueno na narração resumiu o que foi o duelo entre Brasil e México. Não que os visitantes não tivessem buscado o gol, muito pelo contrário, mas a estrela daquela tarde não poderia ser mais ninguém do que Guillermo Ochoa.
O jogo valia pela fase grupos, mas o clima no Castelão parecia de mata-mata. A verdade é que ao meu ver, o jogo se desenrolou como uma prorrogação de 90 minutos. A todo instante torcedores, fossem eles brasileiros ou mexicanos, se espremiam ao ver o time adversário indo ao ataque.
Desconhecido, o camisa 13 mexicano me surpreendeu. Mais experiente e com renome no futebol mexicano, principalmente pelos longos anos de Cruz Azul, Jesús Corona deu lugar a Ochoa. Vale ressaltar que a mudança de goleiro na seleção do México se deu no curto prazo de um ano. Em 2013, o famoso arqueiro havia sido titular do país na Copa das Confederações, inclusive tendo enfrentado o Brasil na ocasião.
Confesso que em 2014 estava desiludido com a seleção, principalmente pelas entrelinhas que sempre se sobressaem na CBF. Então, vendo Ochoa brilhar não fiquei angustiado. Como goleiro frustrado que sou, apenas apreciei os milagres do mexicano.
Pelo chão o Brasil pouco chegou. A dependência de Neymar e seus dribles deu espaço a um show de ‘chuveirinhos' na área adversário. Sem resultado. Quando não desperdiçava a posse de bola, a seleção brasileira encontrava o muro mexicano pela frente.
Thiago Silva pelo alto, Paulinho em sobra dentro área e Neymar tanto de cabeça como com os pés, todos pararam em Ochoa. Não tinha jeito, a tarde era dele. Inclusive, seria pecado o México achar um gol nas tentativas de fora da área, porque assim o show do arqueiro seria prejudicado.
AS LIÇÕES DAQUELE BRASIL X MÉXICO
Cuidado! Se você veste a camisa da seleção brasileira, joga uma Copa do Mundo em casa, e enfrenta um time que veste vermelho e preto a chance de se dar mal é grande. Para quem gosta de superstição, o México, mesmo que indiretamente, deixou um recado para nós naquela tarde. Sem utilizar a sua tradicional camisa verde, com shorts brancos e meiões vermelhos, os visitantes nos deram uma amostra do sofrimento que passaríamos pouco tempo depois com a Alemanha.
Falando de futebol, a partida no Castelão me deixou clara a ideia de que depender apenas de um jogador não nos levaria a lugar algum, mesmo que jogando na nossa casa e com a presença dos nossos torcedores. Além disso, as transições rápidas de contra-ataque evidenciaram a deficiência da seleção brasileira na recomposição defensiva quando tentava propor o jogo.
Foto Destaque: Reprodução/Reuters