
Na mesma semana em que bancou o técnico Dunga, a CBF procurou Tite para assumir a Seleção Brasileira. A informação é do jornalista Martín Fernandez, do GE. Em negociação realizada por intermediários da CBF e do treinador corintiano, Tite teria recusado o cargo. Não houve contato direto entre as partes. O técnico do Corinthians teria dito que não se vê confortável em abandonar a equipe paulista no meio de uma competição importante como a Libertadores, para se aventurar na Seleção. Gilmar Rinaldi teria se posicionado contra a opção da Confederação, pois defende a continuidade de Dunga no cargo.
A relação conturbada entre Gilmar Rinaldi e Tite pode ter sido um dos fatores que levaram o técnico a não aceitar o convite da CBF. Há informações de bastidores de que o próprio Tite teria dito que não trabalharia na seleção enquanto Rinaldi fosse o coordenador geral de seleções.
Embora Tite queira “subir um degrau” para alcançar outro patamar como treinador, o que não conseguiu quando deixou o Corinthians em 2014, ele entende que hoje, aceitar um cargo na Seleção pode não ser o melhor caminho para conseguir isso. Após ter deixado o comando da equipe do Parque São Jorge, Tite almejava treinar uma equipe de grande ou médio porte da Europa, além de esperar o convite da própria Seleção, o que nunca aconteceu. Dunga foi chamado para ser o treinador enquanto as propostas do exterior nunca vieram de grandes mercados. Aspirava comandar algum clube italiano ou espanhol, mas o mercado que se abriu para ele foram o chinês e ‘mundo árabe’. Preferiu esperar, estudar e voltar, em grande estilo, para o Corinthians.
Capacidade e qualificação, Tite já provou que tem de sobra. Mas não é bobo. Não age no calor do momento e sabe que, mesmo que a Seleção o projete para o mundo como o bom técnico que é, o ambiente que envolve a entidade máxima do futebol brasileiro é conturbado. Em sua concepção, vale a pena esperar, continuar trabalhando em um clima mais agradável no clube paulista, continuar disputando títulos e quem sabe, posteriormente, alçar voos mais altos sendo enfim técnico da Seleção ou de um grande clube Europeu.