
Considerada o menor Estado soberano do mundo, a Cidade do Vaticano é conhecida mundialmente com a sede da Igreja Católica. Com um pouco mais 800 habitantes e uma área de aproximadamente 44m², a região é um Estado eclesiástico ou teocrático-monárquico, governado pelo bispo de Roma, o Papa. A maior parte dos funcionários públicos são todos os clérigos católicos de diferentes origens raciais, étnicas e nacionais.
Mesmo sendo um enclave tão pequeno e com tanta formalidade religiosa, há no Vaticano quem esteja disposto a praticar esportes, principalmente o futebol.
As referências ao futebol no Vaticano são ancestrais. Exatamente no dia 7 de janeiro de 1521 foi disputado o primeiro do jogo de futebol na região, na Corte Belvedere, na presença do Papa Leão X. Já em 1966, foi fundado o Museu do Vaticano SS Hermes, o primeiro time de futebol do Estado formado por guardiões, conservadores e servos de Museus do Vaticano.
Com o aumento do número de equipes, Sérgio Valci, funcionário do Vaticano, viu a possibilidade de expandir o esporte na terra santa. Assim, em 1972, ele coordenou a primeira competição de futebol do Vaticano. Ele reuniu sete times representando os diferentes departamentos e serviços do Estado e criou a “Friendship Cup”.
A partir daí já são décadas de esporte bretão na terra no Papa. Atualmente, o campeonato local acontece entre equipes de diferentes departamentos e escritórios do Estado. Ainda existe no Vaticano a Clericus Cup, também chamada de Campeonato Mundial Pontifício. Ela é uma espécie de Copa do Mundo de Futebol do Vaticano, disputada por equipes formadas por seminaristas e sacerdotes de vários colégios.
Promovida pelo Centro Desportivo Italiano, a competição tem algumas peculiaridades como, por exemplo, a inclusão do cartão azul, que significa 5 minutos fora da partida, e de cinco substituições. De resto, as demais regras são iguais as de um torneio de futebol qualquer.
Todavia, estas competições não são a única relação do Vaticano com o futebol. Mesmo sendo um dos oito Estados oficialmente reconhecidos e independentes, cuja nacional de futebol não é reconhecido pela FIFA, o Vaticano mantém sua própria seleção extraoficial desde 1994.
Formada por voluntários da Guarda Suíça, membros do Conselho Papal e pelos guardas dos Museus, a Seleção de Futebol da Cidade do Vaticano fez seu primeiro jogo da história contra San Marino, empatando em 0 a 0. De lá para cá, o “time sagrado” atuou em sete partidas e conquistou apenas uma vitória em sua história: 5 a 1 contra o SV Vollmond, da Suíça. No mais, são dois empates e quatro derrotas.
O último confronto do Vaticano aconteceu no estádio Borussia-Park, em 2014, contra o Weisfeller Elf, time amador da Alemanha, formado por ex-atletas profissionais das décadas de 70 a 90. Os alemães atropelaram o Vaticano por 8 a 1. O próprio Papa Benedetto XVI foi quem aceitou o convite dos alemães para o confronto beneficente.
Hoje em dia o futebol no Vaticano busca se manter vivo usando como lema “intenção de seu fundador” que é conduzir o espírito de agregação e amizade entre todos aqueles que trabalham no Estado.